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domingo, 10 de janeiro de 2016

O encanecido artifício


O ardil, no passado campestre, via-se banal no contíguo das linhas. Uns residentes, no isolado e retirado dos domínios, caíam no receio de gente. Os naturais, na achegada de estranhos e mascates, incidiam no abrigado e oculto. As crianças e mulheres, em reservado, encarceravam-se no interno das casas. Os visitantes, nas frestas da aparência de domicílio cerrado, viam-se ajuizados e reparados. O receio, em ataques e vendas, incidia na aversão e negativa. As moradas, no comum, eram fechadas na falta dos cônjuges. Os parceiros, na faina no cerne das lavouras, nutriam-se afastados em sensatos horários. A presença, na associação masculina, conduzia no aberto e arejo dos recintos. A mudança, no ingresso da mídia e instrução escolar, diminuiu encanecido artifício. Os casos, no insolado, mantêm-se nos grotões e matos. A facilidade, em acessos e veículos, alterou costumes e tradições. As moradas, no comum cerrado (janelas e portas), externam dúbia e sinistra índole dos residentes.
Guido Lang
“Fragmentos de Sabedoria”

Crédito da imagem: http://imoveis.mitula.pt/

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