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sábado, 20 de abril de 2013

O débito partidário




Um prefeito, com a emancipação política administrativa do município, “tirou um colono das colônias”.
Este, como correligionário da emancipação, foi destacado como funcionário público. Alguma função, como cargo de confiança, sobrou como recompensa pelo empenho na campanha pela autonomia.
O cidadão, num cargo estratégico da municipalidade, conheceu um punhado de moradores. Este, com aparentes favores (“com o chapéu alheio” do serviço público), pode auxiliar inúmeros eleitores. O funcionário fez amizades e favores (aqui e ali município afora). Ele, no tempo, pode “tornar-se o cara!”
O partido, numa altura, convocou o fulano a concorrer por determinada coligação. Este, para continuar no posto, atendeu o pedido. O candidato angariou votação na totalidade das mesas eleitorais. Este acabou eleito e reeleito como vereador.
Os projetos da câmara iam no ínterim do tempo das administrações. O benfeitor, numa gestão das sucessões, viu-se igualmente reeleito. Os interesses político-administrativos, no segundo mandato, tornaram-os ferrenhos adversários.
O antigo parceiro/prefeito, nas comunicações da rádio da municipalidade, levou a dizer em viva voz. “O beltrano teria sido melhor em ter ficado na sua respectiva localidade. Este deveria ter continuado em plantar suas tradicionais batatas. Nada deste ter sido trazido junto aos gestores públicos”. O camarada deixou a conversa nisso e nada de criar maiores delongas e polêmicas.
Os interesses, em função de cargos e ganhos, mudam muito rápido na política-partidária. Os astutos e espertos carecem de criar inimizades por alheias divergências. Os candidatos hoje adversários, amanhã parceiros nas coligações. Certos favores e mimos criam onerosos e perenes débitos.

Guido Lang
“Singelas Histórias do Cotidiano das Colônias”

Crédito da imagem: http://www.trekearth.com

O burro com pele de leão


Um burro que se lastimava sua sina, da ruim conta em que o tinham, do nenhum caso que dele faziam, achou uma pele de leão, e com ela se cobriu. 
- Agora, sim, hão de ter medo de mim! - Disse consigo. 
O coitado enganou-se. Querendo rugir, zurrou; e o primeiro que o ouviu, reparando melhor, descobriu-lhe a ponta da orelha que a pele do leão não tinha podido ocultar. Logo agarram-no e a pauladas o castigaram. 

Moral da história: 
A verdade cedo ou tarde vem à tona!

                       Esopo (Final do século VII a.C. e início do século VI a.C.)

Crédito da imagem: http://mfcmamonas.no.comunidades.net