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domingo, 2 de dezembro de 2012

O pote da verdade



No início do mundo, o anjo designado a trazer o pote contendo a verdade foi atacado por demônios que, obviamente não queriam que a verdade chegasse aos homens.
A briga nas alturas foi tão feia, que o anjo, embora defendendo a verdade com toda a valentia, não conseguiu evitar que as hordas demoníacas lhe tomassem o pote.
Mas para evitar que a verdade se perdesse para sempre, deu um único golpe, que fez com que o pote contendo a verdade se quebrasse em milhões de pedaços que foram espalhados pelo vento pelos quatro cantos do mundo.
Cada um dos seres humanos então existentes, acabou achando um pedaço do pote da verdade que, justamente por se tratar da verdade, eram tão belos e brilhavam tanto que os ignorantes achavam que estavam diante de toda a verdade. Ao invés de juntarem os pedaços para reconstruir o valioso pote, cada um passou a dizer que estava diante de toda a verdade.

Autor Desconhecido

Crédito da imagem: http://www.robsonpiresxerife.com/blog/notas/ja-estao-indo-com-muita-sede-ao-pote-no-governo-da-rosa/

Os centavos


Um certo morador, como de rotina, foi a fruteira adquirir seu tradicional abacate, banana, limão, maçã, mamão, tomate... Este tornou-se  um velho conhecido dos comerciantes. Um hábito, comparado aos demais clientes, salientava-se nele. Este nada colocava na balança sem primeiro conhecer/perguntar/vislumbrar os valores das mercadorias/produtos. Ostentava-se chato e metódico neste item.
O indivíduo, no final de determinada compra, alcançou/deu uma graúda nota. A atendente/moça, com escasso troco, mantinha dificuldade de descontar/trocar os cem. Ajuntou notas aqui e acolá; nada de fechar no valor. Precisou unicamente de mais dez centavos para completar a troca. A solução, para não ficar correndo na vizinhança, foi dar o desconto. O senhor cliente, naquele momento, nada falou e manteve-se como satisfeito!
Achegou-se, na semana vindoura, a idêntica compra. Avolumou produtos e foi à balança. Pesou e a atendente, na calculadora, foi acrescentando/somando valores. Pesado e ensacado as mercadorias/produtos, achegou-se a hora do acerto do devido/pagamento. O valor foi tal e o cidadão pediu para somar os devidos (dez centavos). A moça, atendendo inúmeros clientes num único dia, nem mais lembrava-se do fato.
O senhor disse-lhe: “- Aqueles dez centavos, devidos da semana passada, são de vocês. O lucro é a sobrevivência do negócio! Se não o tiverem, fecham! Vocês cerrando as portas, não posso mais comprar? Gosto da qualidade dos serviços! ‘Quem não valoriza os centavos, acaba privado dos reais’. Quê não é da gente, não devemos aspirar! Alegra-me e torço pelo sucesso alheio”. A moça admirou e comentou a honestidade e sinceridade do senhor. Ele, com seu singelo gesto, aumentou o crédito e a estima! Os poucos centavos compraram admiração e consideração!
Singelos atos demonstram a real grandeza de espírito. A confiança e honestidade conquistam-se na transparência dos atos. Um pouco aqui e acolá, no conjunto, somam polpudos valores! Quem equivoca-se com míseras somas, imagina gerenciando vultosas quantidades!

Guido Lang
Livro “Singelas Histórias do Cotidiano da Vida”

Crédito da imagem: http://alemdamargem.blogspot.com.br/2011/11/meus-dois-centavos-sobre-o-assunto.html