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quinta-feira, 30 de julho de 2015

A ofuscada guerra


Os residentes, no ambiente da periferia, ouviram múltiplos estampidos. Os cinco disparos, no acerto dos cálculos, exterminaram outro confesso de morte. O sujeito, na flor da idade, ficou no débito e prejuízo. A drogadição, no feirante da esquina, acabou no “acerto” e lamento. O banimento, no modelo aos parceiros do consumo, mostrou-se na banal e final solução. A ofuscada guerra, no submundo do tráfico, rola farta e solta nas vilas. A impunidade, no fraquejo da segurança, anda de chamado e estímulo na ação e atrevimento. A minúcia, no aniquilamento, relacionou-se a vítima. O semblante, no curto alcance e exato ponto, descreveu ciência e eficiência. A espera, na ocasião, aconteceu no beco e residência. A tocaia, no exato e rápido ato, exteriorizou coragem e exercício. As vivências, no contíguo social, continuaram na apatia e habitual. O incentivo, no rejeite do malandro, apregoava encoberto ganho. A vida, na multidão humana, avoca parca estimação e serventia.

Guido Lang
“Fragmentos de Sabedoria”

Crédito da imagem: http://outraspalavras.net/