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sábado, 23 de novembro de 2013

Os parabéns


A norma, na tradição escolar, consistia em cantar os parabéns aos aniversariantes do dia. Em meio aos muitos alunos, de várias turmas, havia sempre alguém a comemorar a passagem dos anos!
A malandragem, diante do hábito e prática, passou a vigorar. Alguns estudantes, em determinadas salas, combinavam e diziam algum estabelecido aniversariante!
A realidade sucedia-se numas disciplinas. Algum fofoqueiro, antes do previsto, relatou o trote ao professor. O objetivo, no final, consistia em agitar e tumultuar o período!
A matação de tempo, a administração de conteúdos, via-se noutra estratégia. O profissional, curtido e tarimbado na malandragem estudantil, conscientizou-se do mico!
A solução, diante do protesto dos reais aniversariantes, consistiu em “cortar o barato”. A recomendação: “- Cantam na aula da beltrana e sicrana”. Os bons pagam pelos ruins!
Os abusos e exageros obrigam a estabelecer normas e regras. As pessoas, do passado estudantil, narram e relatam ousadas afrontas e malandragens!

                                                                       Guido Lang
“Contos do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://fotosface.com.br

A ideia do quinhão


O apetitoso buffet estendia-se pelo centro comunitário. O jantar baile prometia bebedeira, comilança, dança e música! Uma maneira de devassar os estresses e neuroses!
O cardápio, regado a carnes e saladas, mantinha-se convidativo e saboroso. As saladas, na base da alface, maionese, repolho e tomate, levaram o melhor dos comentários!
Uma senhora, em  meio a fila de servir, externou o alarde: “- As alfaces e tomates encontram-se repletos de venenos! Um perigo ao consumo e saúde. Vou deixar de servir?”
A amiga, de imediato, cutucou “a escandalosa”. O alerta consistiu: “- Fulana! Fica quieto! Meu marido vende os agrotóxicos”. A fulana avermelhou e silenciou diante do aviso!
O temor havia na rejeição dos artigos. A consequente diminuição das vendas significaria “prejuízo no bolso”! A sobrevivência exige a progressiva elevação dos ganhos!
A ideia disseminava consiste: “ Os próximos, diante das possibilidades de lucro, podem detonar ou implodir! Pouco me importa! O importante consiste em eu ganhar meu quinhão”!
O bom senso, diante da ganância do comércio, contrasta com a necessidade das reais aplicações. As milhares de toneladas, antes do previsto, deságuam nos córregos e rios!
A civilização, como culto a ciência, incorre na desenfreada e propagada loucura do auto-envenenamento. O dinheiro, na cobiça e ganância, instala e vende os germes da morte!

                                                                         Guido Lang
“Pérolas do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://pt.wikipedia.org/wiki/Agrotóxico