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quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

A marca da cobrança


Os políticos, nos eventos festivos, achegavam-se a diversão e promoção. Estes, no inibido e pacato eleitorado do interior, exerciam influência. Os votos sustentavam os cargos!
O cidadão, curtido na cidade e colônia, conhecia as manhas da burocracia e política. Este, igual funcionário público, valia-se da engrenagem do sistema para angariar o sustento!
O fulano, na proporção dos encontros e reencontros (com chefias da administração municipal), fazia a chata e comprometedora pergunta. Ela tornou-se marca da cobrança!
A interrogação versava: “- A localidade tal vai ganhar algum investimento em melhorias?” O lugar, situado nas grotas, carecia de maior qualidade e quantidade de serviços!
A educação, na escola primária, via-se o obrigatório investimento. A estrada geral, no chão batido, recebia esporadicamente ensaibramento, patrolamento e roçado!
Os chefões, gestores do ente público, pareciam improvisar distância e voltas no contribuinte. O inconveniente, no inesperado momento, achegava-se para reforçar pedidos!
A inclusão, nos investimentos e projetos, ganhou expressão! As melhorias, em contragotas e migalhas, sucederam-se na localidade. As terras viram-se amadas e valorizadas!
Os lugarejos, de velada forma, espelham o ímpeto inovador e retrato da consciência política dos naturais! Comunidades unidas, obras sucedidas! “Quem não chora, pouco mama”!
A insistência e persistência revelam-se estratégias do desenvolvimento e sucesso. “O burro, real plantador da aveia, carece de ganhar o merecido e próprio pasto produzido”.

Guido Lang
“Crônicas das Vivências”

Crédito da imagem: http://org2.democracyinaction.org

O mundo virtual


A sala encontra-se abarrotada de gente. O espaço falta para colocar escrivaninhas. As máquinas, como celulares, computadores e tabletes, dominam o cenário dos serviços!
A montanha de papéis, como reminiscências do passado, ficaram nos relatos. Os modernismos, através da parafernália tecnológica, edificaram nova civilização!
O punhado de colegas, com lugares e máquinas específicas, amontoa-se nos restritos espaços. Uns, diante dos aparelhos, conseguem mal encarar alheios rostos!
Os funcionários, nalgumas tarefas, possuem suas determinações e obrigações. Os resultados respondem as chefias. Estas, no competitivo mundo, cobram eficiência e produção!
O curioso, nos diminutos artefatos, encontra-se no volume de informações. Bibliotecas inteiras, em bilhões de páginas, veem-se inseridas e sintetizadas nas peças!
O detalhe, no apego a tecnologia, relaciona-se as convivências. As pessoas carecem até do simples cumprimento. Qualquer aviso, fala ou recado encontra-se repassado no virtual!
As pessoas, em expedientes inteiros, ligam-se as telas. A comunicação difunde-se pelo mundo. Os semelhantes, em encostados ou próximos, ficam na indiferença e silêncio!
O estresse e neurose externa-se na atenção e preocupação com aparelhos. A competição vê-se em querer ostentar a geração. A convivência lê-se sinônimo de brega!
Afetos e carinhos tornaram-se mercadoria de luxo e preço. As pessoas, no geral, ostentam escassos íntimos e próximos. A fixação consiste em estar ligado na tecnologia!
A esporádica e excepcional fofoca rompe ocasionalmente “o gelo” e silêncio das relações. A febre e moda, como ultramoderno, consistem em estar conectado e ligado ao mundo virtual!

Guido Lang
“Crônicas das vivências”

Crédito da imagem:  http://tecnologia.culturamix.com