Translate

terça-feira, 26 de maio de 2015

O suprimento de renda


A idosa senhora, filha das colônias, continua firme e forte. Os sessenta e dois anos, no batente, mantém-se na ação e execução. A aposentadoria, no salário mínimo, incide na escassez de recursos. Os ganhos, na essência, permitem o amparo da decência e domicílio.
O problema, na falta, advém no imperativo de reformas. A residência, no certo tempo, solicita ajustes e tintas. O mero benefício sobrevém na impossibilidade. O jeito e maneira, no peso da jornada, versam em persistir na faina. A lida absorve tempo e avigora espírito.
Quaisquer dispêndios, na água, fone e luz, advêm no controle e sustento. Os artigos, na descomunal taxação, tornaram-se fausto. A cobiça fiscal, na certa e simples cobrança, ocorre nos ofícios. Os coitados, na base da pirâmide social, saldam a maioria das cargas.
A pessoa, na estirpe de origem, alimenta afeição e zelo pela residência. O aferro e arranjo, nos olhares dos estranhos, indicam abrigo de obstinado. A horta e pomar, no adstrito espaço, complementam paisagem. O veículo, na boa condução, completa o conjugado.
O assunto benefício, no assaz conferido, calha no gasto do ente público. O Estado, na má gastança, obrigou-se a achatar e restringir ganhos. Os gestores, ditos protetores da classe obreira, acabaram “ferrando despojados”. As ações, nos saldos, descrevem o real dos intuitos.
A má gerência, no rápido ou tardio, acaba na pilhagem da algibeira dos coitados. A reserva financeira, no vigor da existência, sobrevém na instituição de dividendos.

Guido Lang
“Singelas Crônicas das Colônias”

Crédito da imagem: http://www.portaldoconsumidor.gov.br/