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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Os lucros do jogo



Um modesto cidadão, para ganhar a vida, labutava pesado na construção civil. O trabalho braçal, em meio ao sol inclemente, mostrava a dificuldade de angariar os dividendos. A paixão, para safar-se do rigor e ostentar algum lazer, consistia em jogar um baralho. A preferência era o pôquer (embora jogava-se também bife, canastra e escova).
“As turminha dos mui amigos”, nos armazéns, bodegas e vendas, não faltavam no meio comunitário. Os parceiros, num  pré-combinado (no horário e dia tal), consistiam em jogar muitas rodadas de baralho/carta. Outros dias da semana, mal aparecia alguma nuvem no céu, entendia-se como  tempo chuvoso (próprio para fazer mais algumas rodadas). Os companheiros, numa esperteza ímpar, conheciam detalhes das inúmeras e muitas cartadas. A pérola relacionava-se  a postura do pacato cidadão.
Este, na maioria das oportunidades, perdia grandes somas nos jogos. A contabilidade, no final, fazia-se de forma informal e mental nos cálculos. Uns comentavam  as perdas e outros os eventuais ganhos. Outros escondiam os números do balanço. A coisa ficava nisso e cada qual, em seguida, retomava seus afazeres e obrigações. O camarada, no prejuízo  precisava trabalhar pesado para repôr as perdas. Outros momentos, bastante esporádicos, ganhava no páreo.
Ele, com o dinheiro auferido, procurava pagar um bom e saboroso churrasco (aos amigos e  parceiros de jogo). Os perdedores, do seu dinheiro, podia auferir um agradável cardápio/festa (regada a abundância de carnes, cervejas e novas rodadas). A contrapartida, nos ganhos alheios, não ocorria e os sortudos ostentavam a maior indiferença.
A lição, na burrice, trouxe amargas consequências. O cidadão cedo quebrou nas finanças pessoais. As dívidas viram-se acumulados. Os empréstimos foram solicitados. Os calotes efetuados nos credores. A família entrou em dificuldades e desentendimentos. Os parceiros sumiram como amigos e companheiros. Uma brincadeira e passatempo, nos primeiros momentos, tornaram-se outro acirrado vício. Quem pensa auferir lucros com baralho ostenta-se muito equivocado!
O indivíduo pode ser ingênuo, porém não pode exagerar na dose. Certos amigos assemelham-se a especiais inimigos. A pessoa, com o excesso de vícios (fumo, bebida, jogo e sexo) não tem como acumular e prosperar. Certos lazeres e prazeres unicamente enriquecem os donos das bancas. Existe gente para tudo neste mundo  (com exceção daqueles que dispensam comida boa e dinheiro fácil). Difícil acumular dividendos com atividades improdutivas!

                                                                          Guido Lang
                                               “Singelas Histórias do Cotidiano da Vida”

Crédito da imagem:  reporterdecristo.com

Recomece sempre


Observe a natureza. Tudo nela é recomeço. No lugar da poda surgem os brotos novos. Com a água, a planta viceja novamente (renasce). Nada pára. A própria terra se veste diferentemente todas as manhãs. Isso acontece também conosco. A ferida cicatriza. A dores desaparecem. A doença é vencida pela saúde. A calma vem após o nervosismo. O descanso restitui as forças. Recomece. Anime-se. Se preciso, faça tudo novamente. Assim, é a VIDA!

Autor desconhecido

Crédito da imagem: naturezaecologica.com