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quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

O esdrúxulo artifício


O filho das colônias, na “filosofia de formiga”, vivia a acrescentar e arrecadar reservas. A contenção, no decurso das décadas, levou a constituir ímpar poupança. O dinheiro, na alheia penúria, imprimia a pretensão. Próximos, no comum, acorriam em ajudas e empréstimos.
Os receios, em função das posses, eram gerais. Os assaltos e sequestros cometiam nos pressentimentos. Os malandros, no cochilo, aventuravam-se no delito. Amigos e família acorriam em comensais e requeridos. O governo triturava na gama de impostos e taxações...
As avarias, em capitais e juros, advinham no histórico do zelo na poupança. O poder de compra, na escalada de preços, acontecia na corrosão das importâncias. O governo, na majoração, instituía a insatisfatória remuneração. As perdas dizimaram-se no tempo e valor.
O sujeito, na progredida idade, instituiu o esdrúxulo artifício. As reservas, na paulatina compra, acabaram agregadas no dólar e ouro. Os avolumados conheceram ímpar desígnio. A desconfiança e manipulação, no conjunto da espécie, instituíam aflição e mistério.
O material, no acúmulo mineral e vegetal, findava acondicionado. A guarida, no enterro, adveio no ermo e seco do domínio. O capital, na desgraça e reserva, brotou abrigado. Pedidos, na falta, atalharam nos solicitados. O dinheiro induz ao incrível e inimaginável.
O sujeito carece de ajuizar o engenho e esperteza humana. A discrição e segredo, na alastrada incerteza e pilhagem, efetuam-se salvaguarda e segurança.

Guido Lang
“Singelas Crônicas das Vivências”

Crédito da imagem: veja.abril.com.br