Translate

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

O modelo das formigas


O agricultor, aflito no acréscimo do plantio, enveredou na caça e destruição. O aipim, amendoim e feijão, no brando tempo, adentraram na coleta e corte. As cortadeiras, no descuido e esperteza, conduziram na aberta ceifa. Os dias e horas assinalaram célere aniquilamento.
O trabalho, na ausência de medida, acabaria na inutilidade. O plantador, no chamariz e pó, estabeleceu a morte (aos camuflados e salientes ninhos). O holocausto, no cerne dos abrigos e moradas, alojou-se no ambiente. A tarefa, na primeira vista, sucedia concluída.
Sólidas estirpes, na guerra, acabaram reduzidas aos entulhos. Umas certas saúvas, na astúcia e raridade, deixaram de contrair veneno. O destino, na casualidade, evitou de inserir as cinzas. A missão, na árdua tarefa de raros, consistiu em restaurar o arranjo original.
O homem, na intensa e prudente peleja, desvendou-se impotente de instituir a pronta destruição. Umas poucas, em meses ou semanas, refaziam modesto ninho. A espécie, na artimanha, mostrou-se abrigada da extinção. Os víveres, na riqueza, incitavam a reprodução.
O análogo, no sacrifício, aplica-se a laia humana. Os sobreviventes, nos acidentes e duelos, versam em revigorar a cultura. A amostra, em insetos, verifica-se repetida. Os ambientes arruinados auferem novéis extensões e serventias. A sobrevivência cai no prodígio.
A vida, na destreza das espécies, resguarda-se dos sinistros. “O tempo sobrevém no melhor remédio aos males”.

Guido Lang
“Singelas Crônicas das Colônias”

Crédito da imagem: http://animais.culturamix.com/informacoes/insetos-e-aranhas/formiga-sauva