Translate

quarta-feira, 6 de março de 2013

Os Colonizadores da Colônia Teutônia - VII Parte


Luis Lier iria adquirir as colônias n° 19, 20, 21 e 22 (direita) da Picada Hermann com 214.800 b2 por 2148$000 réis – desconhecemos as causas da desistência. Adolph Eggers comprou a colônia n° 7 da Picada Catharina (parte da atual Boa Vista Fundos) com 154.000 b2 por 1540$000 réis em 09/03/1872 - adquiriu também o lote colonial n° 35 (direita) da Boa Vista com 96.100 b2 por 1.153$200 réis em 27/11/1873  –  continuou pagando as dívidas, com juros, em 11/03/1874 - este espaço, no Livro Colônia Teutônia, inicialmente esteve destinado a Adam Eckert que iria adquirir as colônias n° 2 e 7 da Picada Catharina com 215.600 b2 por 2.156$000 réis em 09/03/1872. Friedrich Kussler comprou a colônia n° 6 da Picada Catharina com 308.000 b2 por 3.080$000 réis em 09/03/1872 – este pagou à vista em 02/05/1872. Jacob Lang adquiriu n° 8 da Picada Catharina com 308.000 réis em 09/03/1872 – pagou a dívida à vista em 02/05/1872. Jacob Dockhorn comprou o lote colonial n° 34 (direita e esquerda) da Boa Vista (atual Boa Vista Fundos) com 214.650 b2 por 2.916$500 réis em 09/03/1872 – estes lotes foram calculados numa área total de 316.00 b2 e seria comercializados por 3.160$000 réis – Jacob pagou a dívida à vista em 27/04/1872. Friedrich Trennepohl Júnior comprou a colônia n° 5 (esquerda) da Picada Clara com 102.700 b2 por 812$600 réis em 20/01/1872 (pagou 8 réis a b2) e continuou pagando a dívida, com juros, em 01/07/1875 – este lote inicialmente fora destinado a Gustav Britzki. Christian Schneider comprou a colônia n° 14 (direita) da Picada Clara, por 8 réis a b2, num total de 101.500 b2 por 812$000 réis em 20/01/1872 – continuou pagando a dívida, com juros, em 01/07/1875. Wilhelm Sostmeier adquiriu a colônia n° 7 (esquerda) da Picada Clara com 116.950 b2, por 8 réis a b2, num total de 935$600 réis em 31/01/1872 – pagou a dívida total, com juros, até 06/06/1875. Christiam Zimmermann adquiriu terras na Boa Vista e Franck num total de 576.750 b2, a 6 réis a b2, num total de dívida de 3.460$000 réis em 20/02/1872 – pagou a despesa, sem juros, em 24/04/1872. Friedrich Schneider comprou o prazo colonial n° 1 (esquerda) da Picada Clara com 100.000 b2 por 800$000 réis em 20/01/1872 e pagou a dívida, sem juros, em 26/01/1874. Carl Arnt II comprou a colônia n° 45 (direita) da Picada Franck com 59.250 b2 por 474$000 réis em 20/01/1872 e pagou a dívida, sem juros, em 24/06/1872. Rudolph Tirp adquiriu o lote colonial n° 20 (direita) da Picada Schmitt com 91.600 b2 por 732$800 réis em 20/09/1870 - continuou pagando a dívida, com juros, em 01/07/1875. Friedrich Driemeier comprou a colônia n° 2 (direita) da Picada Clara com 104.000 b2 por 832$000 réis em 01/10/1871 - a companhia colonizadora cedeu-lhe, sob a forma de empréstimo,  28$920  para custear o transporte de Rio Grande a Teutônia e 30$000 réis de Hamburgo - assumiu uma dívida total de 890$920 réis, que continuou pagando, com juros em 01/07/1875 - aparece riscado na denominação, isto é, caso contrário, o seu nome seria Friedrich Driemeier II. Gottfried Borchardt comprou as colônias n° 24 e parte do n° 25 da Picada Boa Vista com 119.250 b2 por 1.192$250 réis em 09/10/1871 - pagou a dívida, com juros, em 01/04/1872 - aparece registrado uma transação imobiliária entre Edward Carl Schmidt e Gotthief Schorhordt referente ao lote n° 25 com 40.000 b2 por 400$000 réis. Friedrich Lautert Senior adquiriu o prazo colonial n° 32 (esquerda) da Boa vista com 121.500 b2 por 1.215$000 réis em 28/02/1872 - o pagamento, sem juros, ocorreu em 08/05/1872 – este inicialmente iria adquirir as colônias n° 32 e 33 (direita) da Boa Vista com 172.000 b2 por 1.720$000 réis em 28/02/1872. Carlos Friedrich Voges comprou as colônias n° 26 com 98.500 b2 por 985$000 réis e n° 30 com 114.500 b2 por 1.145$000 réis num total  de 2.130$000 réis da Boa Vista em 28/01/1872 - pagou a dívida, sem juros, em 03/05/1872. Carlos Schüler comprou a colônia n° 40 da Picada Franck com 90.000 b2, a 11 réis a b2, por total de 990$000 réis em 13/04/1872 - continuou pagando a dívida, com juros, em 01/07/1873. João Zarth adquiriu os lotes coloniais n° 40, 41, 42, 43, 44 (direita)  da Picada Franck com 211.500 b2, a 9 réis a b2, por um total de 1.903$500 réis em 13/04/1872 - continuou pagando a dívida, com juros, em 30/06/1875. Christian Fett adquiriu meia colônia da n° 2 a (direita) da Picada Schmitt com 60.000 b2 por 900$000 réis em 13/04/1872 - concluiu o pagamento, com juros, em 01/07/1874 - este lote inicialmente esteve destinado a João Zarth. Carlos Schmitt I comprou a meia colônia n° 29 (direita) da Picada Schmitt com 60.000 b2 por 900$000 réis em 13/04/1872 e concluiu o pagamento, com juros, em 26/10/1872 - parece que Carlos Schmitt comercializou este lote com Rudolph Dahmer em 14/11/1875. Richard Dreckler adquiriu as colônias n° 30 (direita) e 23 (esquerda) da Picada Schmitt com 200.000 b2 por 1.600$000 réis em 28/07/1871 e concluiu o pagamento, com juros,  em 01/07/1874.  Otto Dreckler comprou as colônias n° 31 (direita) e n° 24 (esquerda) da Picada Schmitt com 200.000 b2 por 1.600$000 réis em 28/07/1871 - concluiu o pagamento, com juros, em 01/07/1874. Wilhelm Etgeton adquiriu o prazo colonial n° 13 (direita) da Picada Clara  com 104.000 b2 por 832$000 réis em 01/01/1872 - concluiu o pagamento à vista. Friedrich Hunsche adquiriu a colônia n° 10 da Picada Welp com 100.000 b2 por 1.600$000 réis em 02/03/1872 -  concluiu o pagamento à vista. Manoel Lautert comprou a colônia n° 32 da Boa Vista com 86.000 b2 por 860.000 réis em 28/02/1872 e concluiu o pagamento à vista em Porto Alegre em 08/05/1872. Friedrich Lautert Júnior adquiriu o lote colonial n° 33 da Boa Vista com 86.000 b2 por 860$000 réis em 28/02/1872 - concluiu o pagamento, à vista, em Porto Alegre, em 08/05/1872. Carl Arnt Senior adquiriu a colônia n° 16 (direita) da Picada Franck com 100.000 b2 em 08/05/1872 - não aparece o valor do negócio. Heinrich Beckmann comprou a colônia n° 29 (esquerda) da Boa Vista com 110.000 b2 por 1.320$000 réis em 09/07/1872 - concluiu o pagamento, com juros, em 31/05/1874...

Autor: Guido Lang. O Informativo de Teutônia n° 115, dia 02/10/1991, pág.02. 

Crédito da imagem: http://www.skyscrapercity.com

A transparência contábil


As entidades comunitárias, como associações esportivas e sociedades de cantores, confrontam-se com o dilema da sobrevivência. Poucos membros, de maneira geral, se mantém ativos. Os jovens, como quadros novos, pouco se empolgam com dedicações e obrigações. As localidades, com a massiva migração campo-cidade, depararam-se com a evasão populacional. Algumas linhas/localidades possuem ainda um punhadinho de coloniais. Estes, num quadro restrito de associados, desdobram-se para ver em funcionamento algumas poucas entidades comunitárias.
As associações, nalgum passado (anos de 1950 a 1980), mantinham-se ativas nas diversas localidades. Cada qual, numa data pré-fixada e reconhecida pelas entidades co-irmãs, ostentava sua data magna (do evento cultural anual). Esta, na data de fundação, ia sendo esperada para avolumar público e engordar divisas. Estas, junto as mensalidades dos membros, era o meio de sobrevivência financeira. A diretoria dava o norte nestes eventos, enquanto todos os associados, com ativo trabalho, faziam-se participantes em tarefas pré-determinadas. Eles trabalhavam de forma voluntária e ainda pagavam os ônus de eventuais consumos.
O interessante, nestes eventos, mantinha-se relacionados a transparência contábil. Os membros da diretoria, noutro dia, reuniam-se para o balanço/contabilidade das entradas e saídas. Os registros do balanço escreviam-se nalgum caderno e, no final, afixava-se uma cópia, num papel transcrito, na porta frontal do prédio do salão. Qualquer morador poderia analisar e avaliar o balancete. Este, como modelo de transparência, demonstrava o desfecho da festa assim como era marca da efetiva honestidade.
A separação de caixas, de forma clara, havia entre o comunitário e o privado. Qualquer morador, sobretudo os associados, poderia debruçar-se sobre os números. Estes podiam inteirar-se de dispêndios, investimentos e lucros. As partes, diretoria e membros, abstinham-se de lançar dúvidas mútuas e evitar maiores falatórios. O orgulho e reputação do sobrenome, no meio comunitário, era digno de admiração, crédito e respeito.
As entidades atuais, em inúmeros exemplos, desconhecem-se de maneira geral a velha fórmula/prática. Os inúmeros eventos tomam vulto e nada de maiores acertos, comentários e referências dos desempenhos financeiros. Os membros e públicos, como colaboradores dos eventos (na proporção de frequentar), desconhecem lucros, ignoram dispêndios, privam-se de investimentos... Resultado: o descaso instalou-se com a sobrevivência de inúmeras sociedades. Uns poucos, adeptos abnegados, lutam arduamente pela manutenção.
Inúmeros moradores, com novas opções de lazer, frequentam outros ambientes e locais festivos. Alguns passaram a fazer descaso com as promoções locais. O caminho, como paliativo, parece juntar entidades menores para constituir alguma maior. A carência, de maior transparência (numa mistura do privado com o público), são causa primordial dos descasos e indiferenças. Os membros, de maneira geral, esquivam-se de participar em diretorias. Estes querem distância de atropelos e compromissos.
Honestidade e transparência ostentam-se sinônimos de credibilidade e orgulho. O morador, como filho da terra, convém reforçar suas entidades. Localidades, com carência de associações, costumam ser tachadas de atrasadas e retrógradas. A constituição de diretorias tornou-se uma problemática (em função de ninguém querer maiores obrigações e responsabilidades).

Guido Lang
“Singelas Histórias do Cotidiano das Colônias”

Crédito da imagem: http://reavivamentoereforma.com