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terça-feira, 20 de novembro de 2012

A Arte de Fazer Amigos e Ser Popular

  1. Interesse-se pelos outros.
  2. Procure estar sempre de bom humor.
  3. Saiba escutar (muito mais do que falar).
  4. Trate todo mundo pelo nome.
  5. Saiba dar importância aos outros.
  6. Enfoque o interesse do outrem ao teu.
  7. Saiba ordenar com um pedido.
  8. Seja tolerante com a opinião alheia.
  9. Faça a tua ideia como sendo do outro.
  10. Não discuta, nunca! Dê razão!
  11. É nobre reconhecer o erro.
  12. O seu interlocutor tem sempre razão!
  13. Reclamações de forma amistosa.
  14. Descubra elogios nos afazeres alheios!
  15. Evite o “não” procurando o “sim”.
  16. Desperte o encorajamento nos afazeres!
(Fonte: Hall Kennedy, Livro: A Arte de Fazer Amigos e Ser Popular – Como Convencer Pessoas). 

Crédito da imagem: http://www.embarquenaviagem.com/2012/01/26/viagem-com-amigos/

As estranhas casas (Muckers)


     
Morro do Ferrabraz/Sapiranga/RS, local aonde se passou o Episódio dos Muckers.

    Umas construções anômalas haviam/existem nas localidades da Boa Vista e Catarina/Colônia Teutônia (atual Teutônia/RS). Estas, nas primeiras décadas sucessivas a colonização (1858-1928), foram edificadas no interior das picadas (hoje localidades). Alguns moradores, de imediato, denominaram-nas de forma imprópria no contexto das conversas informais.
O sui generis, ao tradicional, relaciona-se ao acesso no interior das construções! Os construtores/moradores abstiveram-se de edificar as portas frontais. Estas haviam no sentido lateral (norte/sul e não ao rotineiro leste/oeste – direção das propriedades). Alguma janela, para fácil visão das entradas e saídas (do lote), substituía a porta frontal. A localização da entrada tomava o sentido lateral (com relação ao acesso da entrada geral/principal). As moradias, neste modelo (vistos duma distância maior/"rua"), pareciam carecer de porta principal.
Alguma prática construtivista própria das velhas colônias (trazida da Europa e certamente adaptada às necessidades da América). As famílias, com este modelo construtivista, viam-se originárias, de maneira geral, da Colônia Alemã de São Leopoldo (filhos e netos das primeiras levas de imigrantes e oriundos das necessidades de novas terras em função da alta natalidade dos pioneiros). Professavam o luteranismo evangélico (protestante). Descendiam de imigrantes provenientes da região do Hunsrück/Reno/Alemanha. Tinham sofrido desavenças e problemas com a Episódio dos Mucker (1874) no Morro Ferrabraz (atual Sapiranga/RS).
O curioso, no seio das relações sociais, ligava-se ao quadro de brigas e intrigas criados no contexto das convivências. Diversos moradores, por alguma razão, mantinham-se desconfiados e intrigados como vizinhança. As causas, entre outras, poderiam advir de laços consanguíneos, divergências com inventários (divisão de espólios), desentendimentos com divisas (nas propriedades/lotes), desavenças em diretorias/gestões das entidades comunitárias (escola, igreja, sociedade)...
O quadro, até os anos de 1970, mantinha-se acirrado e criara facções no seio colonial. Vizinhos abdicaram do tradicional cumprimento mútuo. Outros deixaram de falar-se e visitar-se. Histórias de desentendimentos e relações escusas eram fatos corriqueiros. Algumas desavenças estendiam-se por gerações (entre as clãs). Predominava um clima de desunião generalizada! Sinônimo de atraso comunitário nas entidades (futebol amador, ordem das senhoras evangélicas, sociedade de cantores...). A mudança de gerações, com o perecimento das velhas estirpes, reverteu o quadro de confrontos e os jovens viveram sob o prisma dos ventos da inovação cultural-tecnológica.
 O curioso: conhecia-se a descendência a partir do estilo das casas. O morador, de acordo o modelo, revelava o íntimo da descendência/procedência de austríacos, hunsrücker ou westfalianos (correntes da procedência dos pioneiros destas paragens). O bom entendedor, perpassando a estrada geral e apreciando a moradia, sabiam quem era quem nesta história das origens. Ofender alguém, de forma profunda, consistia em denominar-lhe sob a alcunha de Mucker ("zum-zum" das abelhas).
Algumas residências, neste estilo, subsistem a ação das reformulações (modernidade) e continuam cumprindo sua nobre função social (de abrigar três, quatro a cinco gerações de descendentes no idêntico teto edificados pelos ancestrais). A localidade, a exemplo da atual Boa Vista Fundos/Teutônia/RS, recebeu durante um bom tempo a alcunha de Canto/Recanto dos Mucker (pejorativo advindo dentre os próprios moradores e reconhecidos entre moradores de localidades circunvizinhas).
Singelos detalhes revelam crenças e preferências! Brigas e intrigadas, em função do excessivo conhecimento e intimidade, são rotina entre moradores de pacatas comunidades. Resquícios de desavenças e falatórios sobrevivem às gerações. Cada comunidade com suas histórias, problemas e vivências!

Guido Lang
Livro “Histórias das Colônias”
(Literatura Colonial Teuto-brasileira)

Crédito da imagem: http://www.turismo.rs.gov.br/portal/index.php?q=galeria&g=6