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quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

A fortuita afronta


      O valentão, na situação da infantil charada, decifrou mal as declarações. O insulto, na menção da coragem (na embriaguez), ocorreu na acidental atitude. A expressão “vagabundo”, na conotação de carcerário e trapaceiro, caiu no revés. O espanto, no ultraje, caiu na ação.
       A repentina arrancada, no veículo, conteve ânimos. Os dias, na reflexão, transcorreram na inquietação. As escassas semanas, no inesperado, conduziram ao ocasional reencontro. O insultado, na representação fotográfica facial, arquivou semblante do andante.
      O sujeito, na chegado ao lugar, acabou identificado.  A afronta, na lembrança, brotou no íntimo. A observância, na amnésia do causador, incorreu na minúcia. A atitude, na discrição do ensejo, incidiu conferir o valor. O ajuste, na inadvertência, pode acontecer no porvir.
      O acometido, na hora da saída (no evento), aproveitou a ocasião. A questão, no brusco, versou: “- Fulano! Lembra-se de mim? Aquele cara do lance!” A negativa, no impulso da autodefesa, incidiu na negação. A mulher, no descaramento, ficou na defesa e mentira.
     A atitude delineou ímpar cobrança. As pessoas escasseiam em esquecer agravos. As informações individuais, no ínterim, incluíam-se aferidas. Amigos, na inocência, tinham afiançado dados. Os insultos, na injustiça, sobrevêm nos ajustes e lembranças.
     Os presídios, no juízo da fácil vida, vêem-se abarrotados de espertos e os cemitérios lavrados de valentões. A astúcia, na habilidade, consiste em relacionar-se na multiplicidade de sujeitos. A circunstância, na razão de abreviar aborrecimentos, obriga relevar ocorrências.
       A boa gente, na sabedoria, sucede na longa existência. O bom relacionamento, na multiplicidade de apegos, incorre na aprendizagem e presente.

Guido Lang
“Singelas Crônicas das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.brazilianvoice.com/