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terça-feira, 24 de setembro de 2013

A maquilagem


O consumidor, como de práxis, foi comprar suas tradicionais balas de funcho. Aquela preta original, comum para adoçar a boca, revela-se remédio à gripe!
O cidadão, no bazar da esquina do grande centro, pagou os costumeiros um e noventa e nove reais! O valor este, há muito tempo, relegado a plano secundário!
O troco de um centavo, a bom tempo, careceu de receber! Uma afronta gritante aos direitos do Código do Consumidor!
A artimanha, como detalhe da inflação, relacionou-se ao peso. Este, dos rotineiros trezentos gramas, reduziu para duzentos e cinquenta (saudades dos outrora quinhentos).
Um aumento de preço, na surdina, revelou-se expressivo! O comprador, na artimanha comercial, adquiriu bem menos em quantidade pelo idêntico valor!
Um aumento, a grosso modo, de aproximados vinte por cento de uma só tacada! Inúmeros consumidores, pelo detalhe, nem tomaram conhecimento do superfúgio!
As empresas, diante do acirrado mercado, encontram paliativos aos problemas. Os consumidores, como parte final do processo, pagam os ônus do processo inflacionário!
A maquilagem comercial revela-se uma prática econômica rotineira. A corda, não tem jeito ou maneira, arrebenta sempre na parte mais fraca do conjunto!
                                                                           
Guido Lang
                 “Pérola do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://novohamburgo.org/

As contas


O beltrano, originário duma família carente, casou com a filha do abonado empresário. Ela, como única filha, tinha o desejo e obrigação de continuar a administrar a empresa!
A recomendação paterna consistia em arrumar um ativo e bom genro. Os negócios, depois de décadas no ramo, necessitariam da continuidade familiar!
Os enamorados, com a velhice dos pais, deveria assumir o empreendimento. Este, com dedicação e trabalho, daria bom dinheiro e qualidade de vida!
A filha, educada numa rígida disciplina estóica, mantinha dificuldades de desligar-se das obrigações e tarefas. A firma, em função da subsistência, ganhava a primazia das atenções!
O parceiro, como maridão, queria mesmo viver frouxo a vidinha. A preocupação essencial, na flor da idade, consistia em ser ativo e namorador!
A companhia feminina, nos momentos íntimos, carecia de colaborar naquele fogo da paixão! A esposa, nos momentos derradeiros, preocupava-se em pagar as muitas contas!
O comentário, em inúmeras situações, consistia em falar dos vencimentos d’água, luz, impostos, telefone... Os fornecedores aconchegar-se-iam com mercadorias e queriam dinheiro!
O casamento, com uma filha, durou modestos anos. O amor perdeu-se em meio à diária labuta! A solução, como pessoas civilizadas, consistiu em cada qual seguir seu caminho!
O descaso e desleixo dos despreocupados aborrecem e inquietam os responsáveis! Os interesses e problemas mudam conforme os gostos e negócios!

                                                                              Guido Lang
“Pérolas do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.eloizanetti.com.br/