Translate

segunda-feira, 9 de março de 2015

A extenuante mansão


O sujeito, filho das colônias, incidiu na prosperidade. O orgulho, na precisão da consideração, entrou na ação e avaliação. A abastança trouxe alvedrio e prestígio. O dinheiro transforma aferros e apegos. O dito cujo, no tranquilo interior, ergueu mansão e recanto.
A edificação, no contíguo da trilha geral, averiguou-se motivo de admiração e cobiça. A bonança, na dimensão residencial, verificou-se referência regional. Os estranhos, nas ocasionais incursões, arguiam dados dos ocupantes. O artífice incidia no gosto e proeza.
O detalhe, na dificuldade, acoplou-se as relações. As núpcias, no excesso de custeio e faina, caíam na ausência de convívio e tempo. A mulher, na módica existência e sublimes mãos, incidia na consecutiva conservação e limpeza. A lida, no singular ônus, carecia de cessar.
O sujeito, na agonia e aspecto da consorte, inventa de construir ampla e espaçosa morada. Os palácios, nos amores e diálogos, absorvem o auto tempo. A aparente felicidade gera adversidade e incerteza. O invariável ofício adsorve o mimo dos singelos atos e vivências.
Os proveitos, no material, devem estar a serviço dos entes. As pessoas devem estar a serviço do imaterial. A riqueza humana, na alegria e prática, reside nas afinidades e coexistências. As riquezas, no amparo e custeio, acabam na angústia e encargo.
O excessivo, na falta de ponderação e quietude, resulta no precoce envelhecimento. A prioridade material, em detrimento do espiritual, acaba na desilusão e frustração pessoal.

Guido Lang
“Singelas Crônicas das Colônias”

Crédito da imagem: http://www.webluxo.com.br/