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sexta-feira, 12 de abril de 2013

A experiência alheia


Um morador, no interior duma chácara, mantinha uma paixão. Esta relacionava-se a criação de aves. Estas, com ampla liberdade, incursionaram por brejos, lavouras e matos.
O dilema adveio com o elevado número de sumiços. Os graxains e eraras degustavam-se com as presas (de forma desenfreada). A caçada, em função da excessiva astúcia animal, tornara-se uma impossibilidade. Como dar um jeito naqueles inimigos naturais?
O criador, tendo um amigo da terra, valeu-se da experiência e sabedoria alheia. O parceiro, como exímio conhecedor da fauna silvestre, deu-lhe uma modesta solução. Esta encontrar-se-ia numa fácil construção.
A sugestão consistiria em construir uma gaiola. Esta, no seu interior, teria dois compartimentos! Uma para prender algum chamarisco. Outro compartimento seria próprio ao inimigo. A caça, nalguma madeira ou tela (como divisão), não podia consumir a isca.
O artefato, de uns oitenta centímetros quadrados, via-se instalado nas cercarias dos brejos e matos. Algum galo, como chamariz noturno, seria enjaulado como presa. Este, nalguma altura, daria o seu tradicional cocoricó da matina. Um prato cheio aos inimigos!
O procedimento, após a construção, foi efetuada na primeira oportunidade. Um alçapão, com alguma isca instalada, levou ao fechamento (na proporção de mexidas num ferro semi-prendido). A portinhola/tampa caiu e cerrou o bicho no interior. O caçador, de imediato, acabou sendo a caça!
O sucesso foi completo. Algum vizinho cedo pedir a construção por empréstimo. Outro inspirou-se no exemplo para confeccionar a sua gaiola. Uma gama de esfomeados e ferozes inimigos cedo caiu na armadilha!
Esperto de quem vale-se da experiência e sabedoria alheia. O gênio humano, diante das primeiras adversidades, cedo improvisa monstrengos e inventa soluções. A morte, em função da fome, rodeia quaisquer seres!
                                                                       
Guido Lang
                                          “Singelas Crônicas do Cotidiano das Existência”

Crédito da imagem: http://folhaderiachao.blogspot.com.br

O galo e o diamante


Um galo andava ciscando em um monte de lixo à cata de vermes ou migalhas para comer. Encontrou um diamante, e exclamou:
- Ah! Se eu encontrasse um lapidador!  Porém, isso não me vale nada. Antes um grão de milho ou algum bichinho…
 Disse isso e continuou buscando seu parco e escasso alimento.

Moral da história:
As oportunidades de fazer riqueza às vezes nos passam despercebidas. A riqueza só tem valor para quem sabe aproveitar.

                  Esopo (Final do século VII a.C. e início do século VI a.C.)

                                                    Crédito da imagem: http://www.usinadeletras.com.br