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sábado, 25 de junho de 2016

A excessiva discrição


O proprietário, no investimento de receitas, comprou certa área. O modesto terreno, na privilegiada localização, advinha no excelente negócio. O local, na intensa circulação, ganhou instalação de lancheria. Os almoços e lanches, no capricho e diversidade, acorrem no gosto da freguesia. O ponto, na existência de estacionamento, cresce no público. Os jogos, em campeonatos esportivos, são assistidos na base da bebedeira e comilança. O enxerido, no senhor, ligou-se no procedimento. O sujeito, na classe de arrendatário, cai no completo desconhecido. Os inquilinos e vizinhos, no máximo, ouviram esporádicas notas. A imobiliária, no aluguel e locação, acolhe da requisição. Os comentários, no banal, sucedem em aparecer no lugar (em ocasional cliente). O arrendatário, na real, ignora fato (em estar falando com dono). O dinheiro, na proporção do ganho, ignora inspeções e reclamos. Os abonados, na conjuntura da genérica insegurança, querem distância da badalação e celebridade.

Guido Lang
“Histórias do Cotidiano Urbano”

Crédito da imagem: http://www.hixrestaurants.co.uk/

O fantasma andante


O morador, na classe de vizinho de vila, pode rever velho usuário. O sujeito, no funesto envolvimento na droga, consiste no habitual usuário do crack. Os residentes, no conjunto da periferia urbana, conhecem elemento. O camarada, nas calçadas e quinas, assenta nos ambientes solares e completa sonolência. O frio, na sequela do consumo, pinta na consequência. A família, na desestruturação social, parece “lavar as mãos”. O andarilho, nas caladas das noites, circula no estabanado das intempéries. O objetivo, no “anseio da podridão”, acerta em “granjear pedra”. O sujeito, na cadavérica aparência, assemelha-se em personagem de ficção (em filmes de pavor). Os fornecedores, no “comércio das porcarias”, falecem na pena. O cara, na condição terminal, escasseia em perecer ou viver. O desígnio, no subsecutivo, advém em nutrir cliente e lucro. As pessoas, no dinheiro, revelam-se deveras inumanas nos idênticos. Os coitados, na desdita e fraqueza, pagam “pato das asneiras”.

Guido Lang
“Histórias do Cotidiano Urbano”

Crédito da imagem: http://www.dnoticias.com.br/

Os arrojados precursores


O sujeito, na classe de morador de vila, presencia ativa e rotineira circulação de conhecidos e vizinhos. Os certos profissionais, no padrão de andarilhos, carroceiros e ciclistas, exercem ação de arrojados precursores. A designação, no submundo da contravenção, transcorre na alcunha de olheiros. Os sujeitos, na feição de ingênuos e peregrinos, esquadrinham e vasculham os abonados e nobres bairros e moradas. O intuito, na acobertada turnê, sobrevém em “vislumbrar ciências e ocasiões”. Os bens, na aparência de descuidados e lambujem, tomam “ares de carga e sumiço”. Os veículos, no ancorado isolado e melindroso, podem “seguir evasões e rombos”. Os dados, no alevantado, acabam repassados aos companheiros e terceiros... As quadrilhas, em sucinto negócio, acorrem na execução da delinquência e incerteza. O sustento, na pilhagem, cai na drogadição e submundo. O Homem, no meio do asfalto e concreto (artificial), concorre em hostil ao próprio Homem.

Guido Lang
“Histórias do Cotidiano Urbano”

Crédito da imagem: https://www.ufmg.br
Imagem meramente ilustrativa.


A precipitada fogueira

fogueira de sao joao[1]

O camponês, no elegante e elogiável gracejo comunitário e religioso, procurou inovar nos caprichos das comemorações. A fogueira, na festa junina (escolar), faria diferença e referência na linha. O colonial, no duro trabalho braçal (na ajuda de bois e carroça), compôs dois dias subsecutivos de materiais. Os galhos, palhas e taquaras, na distância de aproximados dois quilômetros, incidiram no acúmulo e arrasto. A fogueira, na arrumação dos fundos da praça, adveio na judiada e obstinada faina. A constituição, no derradeiro aferro e apego, abonaria alegria e brilho festivo. A fogueira, no disposto, auferiu conto e enredo. O nativo velho, no “metido a gambá” (alcoólatra), alocou chama na camuflada e prematura ação. O público, no entardecer, faltara na acolhida e inauguração. O bisbilhoteiro, no baque, deu “no pé”. O construtor, na exaltação, exteriorizou anseio de “constituir asneira”. Os enfadonhos, em múltiplos lugares e situações, subsistem em “estraga prazer”.

Guido Lang
“Histórias das Colônias”

Crédito da imagem: http://lenilsonazevedo.com.br/23-de-junho-noite-de-sao-joao/