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quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Regras para bem viver


  1. DOMINE a língua. Diga sempre menos do que pensa. Cultive uma voz baixa e suave. O modo de falar impressiona mais do que o que se fala.
  2. PENSE antes de fazer uma promessa e depois não a quebre, nem dê importância ao quanto lhe custa cumpri-la.
  3.  NUNCA deixe passar uma oportunidade para dizer uma coisa meiga e animadora a uma pessoa ou a respeito dela.
  4.  TENHA interesse nos outros – em suas ocupações, em seu bem-estar, seus lares e família. Seja sempre alegre com os que riem e lamente os que choram. Aja de tal maneira que as pessoas com quem se encontrar sintam que você lhes dispensa atenção e lhes dá importância.
  5. SEJA alegre. Conserve para cima os cantos da boca. Esconda suas dores, desapontamentos e inquietações sob um sorriso. Ria das histórias boas e aprenda a contá-las.
  6. CONSERVE a mente aberta para todas as questões de discussão. Investigue, mas não argumente. É próprio das grandes mentalidades discordar e ainda conservar a amizade do seu oponente.
  7.  DEIXE as suas virtudes, se as tiver, falarem por si mesmas e recuse falar das faltas e fraquezas de outros. Condene os murmúrios. Faça uma regra de falar só coisas boas dos outros.
  8. TENHA cuidado com os sentimentos dos outros. Gracejos e críticas não valem a pena e frequentemente magoam quando menos se espera.
  9. NÃO faça questão das observações más a seu respeito. Viva de modo que ninguém as acredite.
  10. NÃO seja excessivamente zeloso dos seus direitos. Trabalhe, tenha paciência, conserve-se calmo, esqueça-se de si mesmo e receberá a recompensa.
(Fonte: Almanaque Iza, ano 1993, página 07, autor ignorado)

Crédito da imagem: http://miscileidemuniz.zip.net/

Os recantos frescos


     As famílias coloniais, no contexto da ocupação dos lotes, trataram de descobrir água.  Alguma nascente com vista de abastecer a principiante propriedade. A carência obrigava a redimensionar o local da instalação. Famílias e criações exigiam abundância do líquido da vida.
    A canalização da água das fontes, nos primeiros anos de instalação, criou um bálsamo/maravilha no ambiente dos pátios coloniais. Diversas famílias canalizaram os poços na direção destes.  A água, de uma forma abundante e constante, escorria pelo cenário.  Animais e humanos abasteciam-se e se refrescavam na maior fartura. O barulho do líquido, armazenado em tanques (geralmente edificados com pedras), davam ares da graça. Os ambientes viam-se umedecidos com a contínua presença do líquido. Ares de semelhança com cursos fluviais tomaram vulto. Chamarisco para uma gama de espécies da fauna silvestre.
   A existência da água, com a presença de algum capão de mato ou construção própria, criou os recantos frescos. Algum lugarzinho específico para assentar-se às conversas (no sabor do pique do verão). O líquido deixava o ambiente fresco e umedecido. A respiração tornava-se mais própria nos instantes da baixa umidade relativa do ar. Os familiares e vizinhos, nos momentos de maior inclemência solar, tratavam de refugiar-se no ambiente (para animadas conversações). Podia-se conversar e debater os assuntos e temas mais diversificados. Os acontecimentos comunitários sempre ganhavam uma atenção excepcional.
     Poucos pátios, na atualidade, preservaram esses refúgios artificiais, que, na prática, “externam facetas do paraíso”. A água escorre como fosse uma fonte permanente, que tenta cumprir sua sina de abastecer/saciar animais e plantas.  Ave, cães e gatos são os primeiros a acorrer ao lugar para satisfazerem sua sede. Humanos, na primeira necessidade, tratam de lavar-se e limpar utensílios. Qualquer necessidade d’água vê-se extraído no reservatório próprio, que, de forma contínua/permanente, enche e escorre a céu aberto. As fontes, nas suas dádivas constantes, “tratam de fazer o bem sem olhar a ninguém”.
   Singelas bênçãos, da realidade colonial, tornam esse cenário exclusivo e ímpar. O morador, a seu belo prazer, precisa implantar maravilhas, que fazem-no sentir-se bem e feliz naquele recanto. Quaisquer pátios, no contexto das colônias, são um retrato do estado de espírito dos ocupantes. Os espaços necessitam ser humanizados às melhores dignidades e qualidades  de vida dos seus habitantes.

Guido Lang
Livro "Histórias das Colônias"
(Literatura Colonial Teuto-brasileira)

Crédito da imagem: http://olhares.uol.com.br/agua-corrente-ou-nao-foto3282000.html