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quinta-feira, 21 de maio de 2015

O espírito lesivo


A família, no platô do cerro, instalara solar familiar. Os antepassados, nos primórdios da ocupação, compraram lote e varreram selva. O sobrenome, no aferro e afeição na faina, calhava alusão na linha. Os residentes, em amplos sítios, distinguiam e sabiam da guarida.
As terras, no bem de família, incidiam na ativa exploração. Carvão, fumo e madeira aconteciam na essência da extração. A agricultura de subsistência, em inaudíveis dimensões, alcançava prodígios. As sobras, no negócio urbano, conheciam o auto-escoamento particular.
O afago caseiro, na ocorrência de saliente veio d’água, advinha no admirável açude. O dique, no ambiente, acolhia aparência de estância. A criação, na piscicultura, acontecia na alegria e fruto. A fartura, no pescado, revelou-se suplemento alimentar e renda.
As compra, em alevinos, máquinas e rações, auferiram-se considerável soma. Os graúdos peixes, em carpas e traíras, despertaram anseio e inveja. Os ousados, na classe de estranhos, pescavam no demasiado das caladas. As porcarias, nas cercanias, caíam no destroço e rejeite.
Os empecilhos, em arames e madeiras, foram alocados no poço. Os problemas, na obstrução (anzóis e redes), induziram desforra e fúria. O espírito lesivo, na ação, induziu na introdução de toxinas. O sinistro, na impunidade, afetou contágio e extermínio da criação.
Os desonestos, na confiança da impunidade e insegurança, afrontam e escondem-se no anônimo e discrição. Os locais, nos danos e ultrajes, adotam o adereço da evasão e migração das paragens.

Guido Lang
“Singelas Crônicas das Colônias”

Crédito da imagem: http://g1.globo.com/