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terça-feira, 14 de maio de 2013

O excepcional terno



Um colonial, com os seus aproximados vinte anos, uniu-se em matrimônio. Uma realidade comum nas colônias, de forma precoce, em constituir família. As mulheres viam a maneira de libertar-se do julgo familiar (para abraçar e enfurnar-se sob a tutela do marido).
O jovem, para o evento do casamento, deixou confeccionar uma ajustada e bela fatiota. A data mostrou-se o dia excepcional duma existência. Uma vestimenta nova, para particular cerimônia religiosa, bem que mereceria a consideração e o investimento. A união significava liberdade para fazer as intimidades e começar uma autônoma vida econômico-financeira.
Os anos transcorreram, família constituída, vida longa vivenciada... O terno, por uns bons e certos sessenta anos (1920 a 1980) manteve-se como relíquia particular. O cidadão, no dia do velório, usou-o para as cerimônias fúnebres e despedidas finais. Este, nestas décadas todas, manteve como especial e única relíquia (no guarda roupa familiar). O uso, em uma ou outra festa, ocorria de forma esporádica e meticulosa (com razão de poupar e não sujar a peça).
O curioso, nos eventos coloniais especiais, conhecia-se o cidadão pelo terno. Uma realidade comum para os padrões coloniais (de austero espírito econômico-financeiro). Uma realidade inimaginável, na sociedade de consumo, para os padrões atuais. O exagero duma época e sociedade costuma recair noutro extremo do relapso nas gerações vindouras!
Cada época e geração com suas ideias e valores. O excessivo espírito poupador chegava às raias do exagero na sociedade colonial. Os relatos familiares costumam relembrar histórias e pérolas dos ancestrais!
                                                                                       
Guido Lang
“Singelas Crônicas e Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.capitalfm.com.br

O teste maternal



Uma enviuvada mãe foi testar o amor filial. Os filhos, em número de cinco, foram testados num discreto e singelo pedido!
A genitora, com problemas de saúde na velhice, improvisou momentâneas dificuldades monetárias. Ela, numa emergência, disse necessitar comprar alguns remédios e consultar o médico particular. A estratégia consistiu em pedir algum dinheiro!
Alguns, os melhor situados, cedo improvisaram desculpas da inviabilidade instantânea. As conversas relacionaram-se a endividamentos no cartão e negócios imprevistos. Estes, noutra ocasião, teriam disponibilidades!
O mais carente, apesar das dificuldades, nem pensou duas vezes. Ele, de imediato, abriu a mão e atendeu o solicitado. O fulano, às gentilezas da mãe, encontrava-se continuamente atento e disponível!
Os parentes, na opinião geral, sempre compreendiam deste ser o predileto da mãe. O dinheiro, no seu entender particular, jamais substituiria a importância de ainda ter a presença da matriarca! As mães, de forma especial, gostam de todos os filhos, porém um e outro cativam mais e tem sua preferência!
Os detalhes denunciam as crenças e valores! Os genitores, com relação aos rebentos, mantém suas avaliações e testes! As pessoas, em meio à convivência e tempo, revelam suas atitudes e índoles!

Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem:http://www.mundoovo.com.br