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sábado, 7 de novembro de 2015

A clemência no sacrifício


A idosa senhora, nos setenta anos, advinha na canseira e enjoo. A descendência, na luta da supervivência, continha parca paciência e tempo. Filha, genro e esposo anteciparam na morte. A moléstia, na solidão, pintava contínuo ônus. A longa vida, no enigma da extinção, mostrou-se delongada e sofrida. As lembranças, na prática usual da memória rural dos antigos, adotaram repetida lembrança. Os animais, na impraticável recuperação (em caso extremo de achaque ou ferido), caíam no dó do sacrifício. A clemência, no alívio da agonia e desdita, aconteciam na obra do detentor. A ascendência, em modelos, deparou-se em assemelhados holocaustos. A anciã, no silêncio da aurora, materializou igual extermínio. A dolente história ansiava regresso às origens primárias (no unido aos finados). O óbito, na causa mortis, atestou depressão. A agente, na praxe dos suicidas, careceu dos anotados. O chamado, no íntimo, impeliu ao ardil. Os vivos, na dor e reverência, comentam e pensam na inimaginável força.

Guido Lang
“Fragmentos de Sabedoria”

Crédito da imagem: http://airodebas.blogspot.com.br/