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terça-feira, 22 de abril de 2014

A desunião familiar


Os filhos das colônias, migrantes do campo, achegaram-se às cidades. As dificuldades, de toda ordem, eram acentuadas e enfrentadas. O dinheiro ostentava-se aos centavos!
O aluguel revelou-se oneroso. O deslocamento advinha demorado. O trabalho tornou-se persistente. A grana via-se avolumada nas migalhas. As contragotas somaram fortunas!
A economia, nas horas extras e picos, mantinha-se filosofia. A solidariedade ostentava-se princípio nos relacionamentos. Cortesias e visitas eram mútuas entre familiares!
As melhorias fizeram-se sentir no tempo. As famílias foram constituídas. As compras, em bens, moradia e terreno, foram primazia. O carro, no inflamado ego, entrou na conta!
Os filhos conheceram a qualidade na formação e trabalho. A opulência, na concorrência, instalou brigas e intrigas. As famílias afastaram-se do convívio e visitação!
A competição gerou desconfianças. Os membros trataram de cuidar das respectivas vidas. Aparentados e próximos, nos desencontros e tempo, pareciam aparentes estranhos!
A riqueza individualiza e petrifica as pessoas. A fartura material abstém-se de ser sinônimo de felicidade e realização!

Guido Lang
“Crônicas das Colônias”

Crédito da imagem: http://ultradownloads.com.br/papel-de-parede/Barras-de-ouro/