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sexta-feira, 5 de outubro de 2012

A delapidação do patrimônio



     O descuido é uma causa da ousadia alheia!
    Uma certa família, numa encosta de morro, residia durante décadas neste local. Os moradores, das largas redondezas, sabiam da ocupação desse espaço excepcional, no que, próximo ao pátio, havia uma singela queda d’água. Um líquido cristalino, entre declive, pedras e vegetação, descia a encosta abaixo, quando ostentava-se espetáculo a parte nesse esbelto cenário.
   A família, como produtores rurais, foram criando os filhos, dificuldades não faltaram. A prioridade familiar, neste contexto, foi deixar estudar os rebentos; o trabalho custeava os encargos da formação. Eles, na proporção da vida produtiva ativa, “tomaram os rumos das cidades”; “o ganha pão mostrava-se mais fácil de angariar”.
     O tempo transcorreu e a velhice abateu-se! O  desinteresse, em função das outras atividades, tomaram conta dos filhos pelo lugar. Os pais, numa oportunidade, pereceram e ficaram as posses familiares. Estes, na ausência dos reais herdeiros, “foram tomando pé”, no que, no final, ficou o chalé e os cacarecos. Uma vez isso, outra vez aquilo acabava surrupiado  O mato escondia o cenário e a tapera retomou a aparência original. Ficou a lição de vida da necessidade de cuidar do patrimônio familiar caso contrário sobram somente  vestígios.
     Qualquer patrimônio exige maior reparação! As necessidades dos filhos divergem dos meios paternos. O estudo revela-se fator de migração campo-cidade, quando consegue fixar pouquíssimos no meio colonial. Ostentar patrimônio, sem poder dispensar maiores cuidados, mostra-se sinônimo de aborrecimentos, dispêndios e incomodação. Os recursos paternos, para inúmeros filhos, desinteressam na proporção de absorverem tempo e darem encargos.
                             
Guido Lang
Livro “História das Colônias”
(Literatura Colonial Teuto-brasileira)

Crédito da imagem: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Casas_em_estilo_enxaimel.jpg 

O desafio inadiável

 
     Umas nuvens, no calor de primavera, vislumbram-se no horizonte! Chuva torrencial promete abater-se no cenário colonial e o colono relembra-se dum desleixo.
      Este deixou os desvios/canaletas, da estrada de roça, suprimidas. Passou por cima dos calombos e nada de reparos. A água, escorrendo solta pelo caminho, parecem fazer um estrago irreparável; o ônus dos reparos prometem ser pesados. Comenta o fato com sua senhora e sente remorsos com o desleixo. Pensou, num momento, até pedir ao diarista ou filho, no que, com chuva vista já a distância, desiste do pedido. Pode, numa casualidade, abater-se alguma desgraça e acaba acusado de culpado desse fato (como consequências do mando).
        O colono, às pressas, apanha capa e enxada. Ele próprio concretiza a incumbência. Enfrenta a água e as violências dos fenômenos meteorológicos, em minutos acaba encharcado. Realiza a tarefa do início ao desfecho da propriedade; evita dispêndios de máquinas e tempo. Aprendeu, numa próxima, não "confiar em São Pedro" na época dos períodos próprios a instabilidade. O calor e a umidade, próprio ao desenvolvimento das plantas, possuem o impróprio do repentino. As estradas, como produtor rural, são um patrimônio valioso, no qual cuidados são imprescindíveis.
       Certas tarefas, como proprietário, não tem como postergar a terceiros; o próprio dono precisa abraçar a incumbência. Alguns descuidos momentâneos, de aparência dão inexpressivos no início, tornam-se deveras oneroso (antes do imaginado). Quaisquer patrimônios exigem constantes reparos e vigilância (no seu funcionamento e manutenção).
 
Guido Lang
Livro "Histórias das Colônias"
(Literatura Colonial Teuto-Brasileira)

A primeira lição econômica


 

     Um certo filho, tendo o pai como economista prático, quisera saber alguns segredos financeiros. O genitor parecia ganhar pouco na sua área de atuação profissional porém, ao longo das décadas, avolumou um patrimônio ímpar. Vários, com maiores ganhos, deviam-o; outros mantinham-o como modelo de eficiência; alguns invejaram-o pelo bem estar...
     O paizão, atendendo ao pedido do filho e sabendo da necessidade de ser escola, deu-lhe umas dicas.    
     Disse-lhe: “- O primeiro segredo, essencial em tudo, consiste em nunca gastar mais do que eu ganho. Precisa, a cada mês, haver alguma sobra para investir em melhorias assim como reserva monetária às exigências do imprevisto. As necessidade, do consumo, não podem absorver todos os teus ganhos e ainda fazer crediários (empréstimos) em financeiras/lojas. Quem empresta paga vultosas somas, do suor, para o aluguel do dinheiro. Tente, como uma criança, andar com teus próprios pés (mesmo que aparentemente seja mais demorado)".
     Outros ensinamentos, como complemento, somaram-se ao primordial. Exemplos: Não deixes terceiros mandar no teu bolso; mantenha a disciplina financeira (a maioria peca por não praticá-la); viva com o essencial e afasta-se dos encargos do supérfluo; evite de emprestar – perdes o dinheiro e o amigo; eventual empréstimo - necessita de contrapartida em segurança; trabalhe na tua vocação e o dinheiro afluirá numa aparente brincadeira; cuidado com os chamariscos de investimentos – a maioria não passa de belas "ratoeiras"; faça dispêndios em cultura/formação – mostra-se o maior patrimônio familiar; degustar livros de finanças ostenta-se sabedoria...
      O dinheiro revela-se o sangue do capitalismo. Quem sabe gerenciá-lo, apropria-se das benezes do sistema. O relapso “faz conviver com o inferno e carregar a estrutura nas costa”.
     Quem ama seus filhos, ensina os segredos mais profundos da subsistência. A disciplina ostenta-se a chave básica para concretização de quaisquer empreendimentos.

Crédito da imagem: http://fofoa.blogspot.com.br/2010/07/gold-ultimate-wealth-consolidator.html