Translate

domingo, 21 de abril de 2013

O exemplo pela prática


Um camarada, com a ideia de boa vida e folgado, adorava andar a toa e fazer suas caçadas. Uma maneira, pelos interiores, de conhecer as diversas propriedades e roças. Este, em poucos meses e anos, devassou o conjunto territorial de localidades.
O sucesso, na empreitada de andarilho e caçador, ostenta-se antieconômico e dispendioso. O fulano, como acomodado nato, mantinha um singular hábito. A cachorrada via-se atiçada e instigada a correr atrás das presas (entre brejos, matos e lavouras).
O caçador/criador, para evitar inconveniências e perigos, dava-se o cuidado de aguardar e resguardar-se nas estradas de roça e trilhas de mato. As descuidadas e ingênuas presas, de forma esporádica, recaiam-lhe unicamente na mira e tocaia.
O idêntico aplica-se ao investidor e patrão. Ele, a peso de ouro (com os muitos encargos trabalhistas), contrata empregados. Estes, em maçantes jornadas e trabalhos nas linhas de produção, pouco empenham-se diante da sua ausência e controle. O dono, na aparente acomodação e esperteza, resguarda-se no ambiente próprio da climatização e silêncio do escritório. Os resultados cedo ostentam a falência e a penúria!
O investidor, como expert da empreitada, precisa acompanhar e conhecer melhor as tarefas (do que os próprios contratados). O chefe encontra-se vindo na esperteza e sabedoria na proporção dos subalternos estarem indo na aprendizagem e conhecimento! Um profundo conhecedor do negócio faz a excepcional diferença entre as duas classes!
Quaisquer chefias precisam tomar a dianteira das ações e exemplos. Os atos e gestos falam bem mais alto do que as explicações e palavras. A dedicação e o trabalho são partes do segredo do sucesso e da riqueza. A sabedoria popular versa: “- O olho do patrão engorda o boi”.
                                                                     
Guido Lang
                                                 “Singelas Crônicas do Cotidiano da Existência”

Crédito da imagem: http://hfmoveisplanejados.com.br

O corcel e o jumento



Ricamente adornado, ia um soberbo corcel dar um passeio. Pesadamente carregado de carvão vinha um jumento cargueiro para o mercado. Encontraram-se.
- Saia do meu caminho, miserável! - Relinchou o corcel irado. - E cuidado para não me sujar.
O outro baixou as orelhas e ficou sofrendo, calado. Daí a tempos, o corcel adoeceu, e perdido todo o seu merecimento, foi vendido para o comerciante; puseram-no a carregar carvão. Encontrou-o um dia o cavalo cargueiro.
- Irmão! Onde está aquela arrogância? Peão como eu e agora menos que eu, carregas carvão! Cuidado pra não me sujar! 

Moral da história:
Por mais elevados que você estejas, não desprezeis ao vosso semelhante; a roda da fortuna desanda tão fácil quão imprevistamente.

                   Esopo (Final do século VII a.C. e início do século VI a.C.)

Crédito da imagem: http://www.colhendofeliz.com.br