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segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

As aves de estimação


              O filho das colônias, no ambiente das encostas, reside no lugar ermo. O acesso, na estrada de chão batido, vê-se complicado. A estreita e íngreme via cai no arrojo e peripécia. O trabalho urbano, no deslocamento diário, revela-se moroso e oneroso na sobrevivência.
           O prático, no chão dos ancestrais (fruto do despojo), reside em usar a boa e refrescante atmosfera. O aclive oferece a peculiar visão. A vida, na tranquilidade do interior, incide na pretensão. As cargas urbanas, no abuso das cobranças, permitem safar-se dos ônus.
            O pormenor, no aramado terreno, sucede na beleza e capricho. O gramado, no tapete verde-escuro das gramíneas, circula a paisagem residencial. A fertilidade, no solo massapê, palpita aos distraídos olhares. Quaisquer plantações sobrevêm no provável encanto.
            O engenho, na criação de galinhas, sobrevém no ambiente. A dúzia e meia de unidades fluem alforriada. O utilitário vê-se na produção de carne e ovos. A exuberância vegetal absorve os escassos dejetos. As caipiras, no proveito, substituem custosos cães e gatos.
            A conveniência, na força da economia, precede a distração. O indivíduo, na instalação de morada, força-se a apurados desígnios e pretensões.

Guido Lang
“Singelas Crônicas das Colônias”

Crédito da imagem: http://www.cpt.com.br/