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quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

A peculiar petição



O indivíduo, na pacata localidade, viveu os dias mágicos. O curso terreno convergiu na condição de bênção. A subsistência, na faina rural, sorveu o tempo. A seiva da terra, na fertilidade do solo, produziu esplêndidos frutos. Os cultivos de sustento caíram no domínio.
A tarefa comunitária, na entidade religiosa, adveio na edificação do templo, guarida ao cemitério e puxação (puxador) do sino. O serviço, no ganho, entrou na cota do trabalho voluntário. A remuneração, em receita, careceu inclusive de cobrir os ônus das anuidades.
O senil, nos noventa anos, exteriorizou a derradeira e peculiar petição. O desejo, no epílogo, versou em perecer na paragem. O tributo, no cenário colonial, seria em direcionar o rosto na aparição da igreja. Aclives e baixadas, no pano de fundo, seriam eternas oferendas.
A gratidão, na alegria, adveio das ricas bênçãos. O abrigo, alimento, vestuário, no torrão, caíam na abundância. Os luxos, no genérico, eram modestos. A sobrevivência ocorria na facilidade e felicidade. O tempo, na benzida vivência, decorreu na relação dum piscar de olhos.
O generoso filho enaltece e engrandece o lugar de nascença. As obras, nas edificações e realizações, deixam exemplos e rastros. Os relatos, nas narrativas e reminiscências, inscrevem os simples feitos na obra do gracejo humano. Ações úteis beneficiam milhares.
A velhice, na ciência e vivência, ensina respeito e sensatez. Os alongados e briosos dias, aos corretos e justos, ecoem como graça e mimo.

Guido Lang
“Singelas Crônicas das Colônias”

Crédito da imagem: http://www.panoramio.com/photo/27003414
Foto de Maurício Antônio Weber