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quinta-feira, 29 de outubro de 2015

A invasão do meio


O vizinho, na divisa dos domínios, processou ação e ceifa. O mato natural, na dimensão de estimado metro de propriedade do vizinho, entrou terras adentro. O achegado, no amigo das recíprocas partes, advertiu do decorrido. As árvores, na farta madeira de lei e nobreza das espécies, acabaram abatidas e colhidas. O fruto, na lenha, acabou aproveitado ao carvão (em fornos). O dinheiro, na receita, reverteu no acrescimento do cortador e invasor. O lesado, na justa conta, solicitou aclaração e indenização. O argumento, na imputação de autoria, foi do autor lavrar denúncia do proprietário (no órgão competente da inspeção ambiental). O causador, na década posterior, faleceu na precoce doença. A ambição, na afeição ao dinheiro, floresceu no magro cálculo. O Ricardão, no carro novo, circula nas benesses da fortuna da consorte. As querelas, nas relações entre vizinhanças, averíguam-se casos banais. A correção, no unido das atuações e confissões, incide na melhor decisão e riqueza.

Guido Lang
“Fragmentos de Sabedoria”

Crédito da imagem: http://varelanoticias.com.br/