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domingo, 14 de dezembro de 2014

A singular espécie


           O sujeito, filho das colônias, circula atirado e ocioso. A velhice, nos adiantados anos, impossibilita as tarefas. Os médicos, no expresso conselho, coibiram empenhos e pesos. O tempo, no problema, cai na difícil distração. As idas, cá e lá, incidem em múltiplos ambientes.
            As conversas informais, na imediação da vizinhança, caem no ofício. O princípio, no estranho, consiste em apurar afazeres e eventos. O cidadão, na minúcia, mostra-se singular espécie. O sujeito, na condição de boa gente, sucede na alegria (no tanto de auferir razão).
            As interrogações, em sucedidos familiares, incorrem na curiosidade dos forasteiros. O descarte, no especial da prole, costuma desconhecer no cálculo. O indivíduo, no singular, habituou “não ouvir e saber de coisa nenhuma”. O caso incide no exclusivo dos estranhos.
            A fama, no meio comunitário, cunhou-se de enxerido. Os contíguos evitam repassar conversas e minudência dos sucedidos. Os bate-papos, no bom senso, incidem na “via de dobrada mão”. A apatia e silêncio, em casos, costuma ser afinada e melindrosa resposta.
            Os exageros, na indiscrição, caiem na chateação e supressão. A vizinhança, nos habituais costumes, cobra e zela no cumprimento e recompensa.

Guido Lang
“Singelas Crônicas das Colônias”

Crédito da imagem: http://www.velhosabio.com.br/