Translate

domingo, 27 de janeiro de 2013

LUTO EM SANTA MARIA!!!

Eu iria ir na festa na Boate KISS, em Santa Maria/RS. Não fui devido a uma prova na universidade.
LUTO PELOS AMIGOS E CONHECIDOS QUE PERDERAM A VIDA NESTE LOCAL! QUE DEUS CUIDE DE SUAS ALMAS! FILME DE TERROR! SEM PALAVRAS...



A corda no pescoço

Um certo criador, no interior do potreiro, mantinha sua criação bovina. Os bois, terneiros e vacas recebiam água, alimentos e cuidados. Uns até nome possuíam. Os bichos, em boa parte, forneciam leite, tração e esterco. O proprietário, volta e meia, atirava-lhes alguma forragem (cerca adentro). Em outras oportunidades, com espigas e raízes em punho, administrava bocadas de mimos. Um artifício sútil para amansá-los e apanhá-los (na proporção dos cuidados e trabalhos).
O boi Brasino, arredio e desconfiado, não tinha maneiras. Ele, por alguma razão do instinto, mantinha-se distante e xucro. O dono constantemente dava-lhe uma atenção especial. Este mostrava-se afável e atencioso. Através de espigas de milho ou raízes de mandioca (estendidas), nada de apanhá-los. O animal parecia conhecer as artimanhas e segundas intenções humanas. Este, sem alguma razão maior, nada faria de graça. O bicho, por singelo mimo, não trocava a liberdade pelos encargos da tração. Pode, em inúmeras oportunidades, apreciar a realidade com os velhos colegas de canga.
O proprietário, curtido e esperto colono, tirou uma sábia lição da história. O bicho, em função da astúcia e persistência, escondia uma admiração e estima. Os seres, espertos e nobres (por natureza), mostram-se dignos duma especial atenção e consideração.  A longa vida, em boa dose, residia no estratagema. A preocupação contínua, de querer viver muitos dias sobre a terra, faziam-no a não “embarcar na primeira canoa furada para atravessar o rio da existência”. O instinto de autopreservação falava mais alto e aumentava seus dias e semanas.
O criador, como consumidor e produtor, recebia amplas e constantes ofertas de créditos, empréstimos e financiamentos. Umas aparentes facilidades e mimos a primeira vista. Imaginava comprar sem maiores dispêndios monetários. O tempo, com a história dos juros compostos e embutidos, revelaria “o tamanho do buraco” (com débitos e valores escorchantes). Os encargos dos serviços bancários, a semelhança do sucedido com inúmeros precipitados vizinhos, fariam dele um “mero empregado/funcionário na próprio solar familiar/propriedade”.
As noites de insônia, com dívidas impagáveis e trabalho maçante (“correndo atrás da máquina para angariar dinheiro”), tornaram-no um escravo dos débitos. Os seus pais, de maneira nenhuma, tinham-lhe ensinado “implorar descontos e esmolas nos bancos” (prorrogação ou renegociação de débitos). O princípio básico era nunca gastar acima dos ganhos/posses. Uma matemática imprópria gastar além das possibilidades. A autonomia e liberdade eram itens inegociáveis!
Este, no contexto das muitas e “generosas” ofertas, lembrou e relembrou da astúcia animal. O indivíduo, de maneira nenhuma, “envereda em caminhos com dois pesos e duas medidas”. O cidadão, com o beneplácito do governo, deixar enjaular-se/laçar-se pelos bancos e financeiras. “Ser dono do próprio nariz” era uma dádiva divina. A liberdade financeira é um princípio familiar de gerações.
Aquela história de ouvir as conversas treinadas dos vendedores, “para colocar a corda no pescoço”, ostenta-se burrice e ilusão. Os estranhos desejam resolver seus problemas de caixa. Eles, “no afundamento alheio e desgraça financeira”, ligam a mínima aos estranhos. Os aborrecimentos e transtornos acabam sendo do tomador. O arredio e xucro, portanto, é sinônimo de esperteza e sabedoria.
Os administradores, dos bens alheios, costumeiramente nem sabem cuidar da sua carteira, caso contrário, não estariam ofertando créditos. A liberdade, em todas as suas consequências e dimensões, ostenta-se um valor inegociável. Aprender com o exemplo alheio é sinônimo de sabedoria. “O rato esperto carece de seduzir-se pelos mimos ofertados nas ratoeiras”.
                                                                          
 Guido Lang
                                                “Singelas Histórias do Cotidiano das Colônias”  

Crédito da imagem:http://carcara-ivab.blogspot.com.br/2012/01/o-boi-do-mineirim.html