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domingo, 31 de março de 2013

A brincadeira do rabo



Um camarada, boa vida e folgado, adorava as festanças e passeios. A família, com suas saídas e vindas, sofria as consequências das afrontas e dispêndios. O dinheiro, tão poupado e suado, “via-se canalizado para o ralo”.
Os amigos, parceiros das barulheiras e bebedeiras, perguntaram sobre as desfeitas. Estas de deixar a jovem mãe e filhos em casa (na proporção deste encontrar-se na folia). O parceiro, no entender dos companheiros, “deveria ter dó e peso na consciência”. Os familiares padeciam nas dificuldades e preocupações. O marido, numa imprudência,  gastava o suado dinheirinho (“nos bailes e bebedeiras de beira de estrada”).
O cidadão, como resposta, externou a pérola: “- O homem, tendo uma exclusiva mulher nas intimidades, assemelha-se aos cachorrinhos. Estes, na ingenuidade e tenra idade, adoram brincar com o próprio rabo”. Quê dizer diante da concepção e filosofia dessas? A espécie contém membros de todos os gostos e paladares! Algumas ideias assemelham-se a duas! Cada qual tem o que merece!
Algumas companhias e parcerias mostram-se sinônimos de aborrecimentos e problemas. Certas realidades descobre-se unicamente na proporção da convivência. O indivíduo pensa conhecer com quem dorme!

Guido Lang
“Singelos Sucedidos do Cotidiano da Existência”

Crédito da imagem: http://www.thompsonhotels.com

Os ratos e as doninhas



As doninhas e os ratos empreenderam uma guerra perpétua entre si, na qual muito sangue foi derramado. 
As doninhas sempre eram as vencedoras. Os ratos pensaram que a causa das suas frequentes derrotas era não terem nenhum general líder no exército que os comandasse e que eram expostos aos perigos pela falta de disciplina. 
Eles escolheram então como líder um rato que era muito renomado, com força e deliberação, de forma que eles poderiam ser melhor ordenados na batalha.
Quando tudo estava aprontado. O exército disciplinado. O rato líder proclamou guerra contra as doninhas.
Os generais recentemente escolhidos colocaram em suas cabeças uma palha, pois poderiam ser mais bem distinguidos das suas tropas. Logo iniciada a batalha, uma grande derrota subjugou os ratos e eles debandaram tão rápido quanto eles puderam, fugindo para suas tocas.
Os generais, não podendo entrar por causa dos ornamentos nas suas cabeças, foram todos capturados e comidos pelas doninhas.

Moral da história:
A grandeza tem suas desvantagens!

Esopo (Final do século VII a.C. e início do século VI a.C.)

Crédito da imagem: http://sitededicas.ne10.uol.com.br