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domingo, 1 de setembro de 2013

O recolhimento caseiro


O cidadão, como comissionado comprador e vendedor, viajava muito. Este, na maior parte do tempo, encontrava-se nas empresas e estradas!
O indivíduo, durante quatro décadas, pôde conhecer gente e lugares. Ele adquiriu uma experiência de vida fantástica. Inúmeras malandragens e manhas eram do seu conhecimento!
A aposentadoria, com sua renumerada folga, achegou-se a vida! O camarada, conforme os desejos e interesses, pode organizar sua diária agenda!
A grande conquista consistiu em ser dono do próprio nariz e tempo. A estabilidade e segurança, em bens, investimentos e reservas, possibilitaram ser reservado!
O outrora andarilho, com a idade, adora estar em casa. Este, em função de negócios e visitas, reluta em sair de casa. As movimentadas rodovias dão-lhe um estresse e temor!
Os dias procura ocupar com preparo de comidas. As notícias, num radinho de pilha, acompanha de forma intensa. As tarefas caseiras somam-se como passatempo!
A idade faz o indivíduo ser caseiro. O auto-recolhimento vem por si só! Algum dia as energias do corpo relutam em obedecer os desígnios da mente!
                                                                             
                  Guido Lang
 “Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://paneladebarroefogodelenha.blogspot.com.br

As entrelinhas das vivências


Um guaipeca (cachorro), criado nas colônias, perdeu-se numa procissão religiosa. O cão, em meio à multidão, perambulou desnorteado e desorientado na localização pelo dono!
O animal, na confusão do mar de gente, reconheceu algum vizinho. Ele, a partir do acirrado faro, mostrou-se paliativo como amigo e protetor!
O senhor, numa ocasional visita, tinha-lhe ofertado algum mimo. O rabo, em forma de abano, assinalou e denunciou a velha relação!
O esporádico trato transformara-se numa amizade! A oferta sinalizou confiança e crédito! O apurado olhar, para os presentes, denunciou as outroras mútuas relações!
O idêntico, aos atentos, sucede-se com os entendidos nas relações humanas. Eles, através das atitudes e olhares, decifram o teor das afinidades e relações!
As particularidades e peculiaridades, nas entrelinhas dos relacionamentos, revelam a ocorrência das intimidades e negócios! Os gestos denunciam as outroras relações!
Os dados encontram-se estampados nas faces e rostos. Os olhos atentos precisam unicamente do conhecimento para saber interpretá-los e lê-los!
Os entendidos e espertos conseguem desvendar as entrelinhas das vivências! O cidadão nunca conhece as reais relações entre as pessoas próximas!
A verdade, mesmo suprimida, revela-se antes do previsto. A discrição, uma vez compartilhada, deixou de ser segredo. O bom macho carece de comentar intimidades e preferências!

                                                                                          Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”  

Crédito da imagem: http://www.bahiatursa.ba.gov.br