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quinta-feira, 11 de abril de 2013

Os sentimentos alheios



Um cidadão, recém separado, conheceu a companhia e os mimos duma enamorada. Uma bonita e elegante jovem moça, porém ingênua e inexperiente.
As esperanças e sonhos tomaram conta dum mágico namoro. A ideia, de lá adiante, consistiu em constituir nova família. A preocupação e sensação, no momento, era de vivenciar um tempo ímpar e único!
O convite, como recém enamorados, foi passar uma estada na praia. Os passos, para o casal constituir-se num “namorido” (namoro), foram tomados ao sabor da água do mar e calor do sol de verão. Momentos mágicos, num final de semana, viram-se apreciados e degustados. A vontade, na prática, seria “fazer o tempo parar nessa magnífica convivência”.
O domingo, na parte da noite, achegou-se. O retorno infelizmente tornou-se uma necessidade. O trabalho, na segunda, encontrava-se num compasso de espera. O casal, numa altura, precisou despedir-se e separar-se! Um momento doloroso!
O parceiro, após o descarregamento da bagagem das núpcias, falou o inimaginável. Este, num comunicado ímpar, falou: “- O namoro termina por aqui! Eu vou fazer as pazes com a minha esposa e voltar à família!”
A jovem moça, por momentos, “viu o chão ruir debaixo dos pés!” O desmaio parecia iminente! Ficou estática e sem reação! Uma ilusão investir afeto, dinheiro e tempo em quem não merece! As felicidades e sonhos haviam ruído como um castelo de areia!
Uma realidade comum, nos grandes centros urbanos, consiste em brincar com as emoções e sentimentos alheios. Uns utilizam os próximos como se fossem banal mercadoria! As pessoas, com os seus muitos interesses e necessidades, revelam-se uma constante e frequente caixa de surpresas.
                                                                                                
Guido Lang
“Singelas Crônicas do Cotidiano da Existência”

Crédito da imagem: http://ambientalsustentavel.org 

O velho perdigueiro e seu dono


Um velho cachorro perdigueiro fora bom caçador outrora. Seu dono enchia-o de afagos e carinhos. Mas, para os perdigueiros, assim como para as pessoas, passam-se os anos, chega à velhice.
O pobre cão perdeu o faro, perdeu os dentes, e já não levantava a presa; e se a descobria, não conseguia pegá-la. Certa vez, uma perdiz, que ele conseguira apanhar, safou-se de sua boca desdentada. O dono chega, e irado o açoita.
- Senhor! - Disse-lhe chorando o velho cachorro. - Não mereço, em atenção aos serviços passados, alguma compaixão?

Moral da história:
A lição deste velho perdigueiro lhes diz como sereis tratados na velhice por aqueles a quem já não mais puderes servir.

                 Esopo (Final do século VII a.C. e início do século VI a.C.)

                                                    Crédito da imagem: http://www.racascachorro.com