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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Não espere!


Não espere um sorriso para ser gentil…
Não espere ser amado para amar…
Não espere ficar sozinho para reconhecer a dor da solidão.
Não espere ficar de luto para saber que alguém é importante em sua vida.
Não espere o melhor emprego para começar a trabalhar.
Não espere a queda para lembrar-se do conselho.
Não espere a enfermidade para perceber a fragilidade da vida.
Não espere a pessoa perfeita para, então, apaixonar-se.
Não espere a mágoa para pedir perdão…
Não espere a separação para buscar a reconciliação.
Não espere a dor para acreditar na oração.
Não espere elogios para acreditar em si mesmo.
Não espere ter tempo para servir.
Não espere que o outro tome a iniciativa se você foi o culpado.
Não espere ter dinheiro para então contribuir.
Não espere a indiferença para dizer, finalmente, que amava.
Não espere chegar à morte para, só então, perceber que sobreviveu sem desfrutar a sobrevivência.

Legrand (dados biográficos desconhecidos)

Crédito da imagem: oprevisor.blogspot.com


A improvisação caseira



       Uns moradores, das encostas dos morros na direção das baixadas, canalizaram fontes/nascentes. A água escorre, com a declividade, de forma automática e rápida na direção de caixas e reservatórios. Um líquido natural ímpar, dádiva divina, abastece animais e humanos. Um produto cristalino, nos períodos da ausência de chuvas e avermelhada na proporção das precipitações (muito recentes), revela-se uma água mineral.
          Alguma dificuldade sucede-se na proporção das trompas d’água. Elas, de soberbão  abatem-se esporadicamente sobre o cenário rural. A força/violência costuma aterrar e trazer terra. Esta, em situações, podem atrapalhar ou entupir canalizações. A vasão começa a ter problemas e daí a necessidade de percorrer o trajeto. Cada chuva ímpar e aquela inconveniência de canos entupidos e sem água no pátio! Um desperdício de tempo e trabalho percorrer todo o trajeto da canalização. A água torna-se necessária e daí a urgência de tomar  alguma providência.
          Algum esperto, diante do dilema, cedo inventou um atalho/paliativo. O pensamento direcionado a encontrar alguma solução fácil e rápida. Experiências aqui e acolá! Improvisações lá e cá! A estratégia, numa inovação, consiste de bombear de baixo para cima alguma água da rede comunitária. O proprietário emenda/liga os canos e verifica-se a possibilidade de desentupir  Outra forma ousada, de compressor, consiste em colocar ar dentro da canalização. Qualquer barro ou sujeira voa fora diante da violência. Isto se emendas não se romperem ao longo do percurso. O paliativo pode abreviar uma porção de caminhadas e percalços.
          Singelos problemas, a título de exemplo (como esse no cotidiano das propriedades), exigem esperteza às modestas soluções. A experiência, com o conhecimento empírico, vão aprimorando práticas e ensinando lições de vida. Alguém inventa alguma artimanha dessas e outros cedo valem-se da prática às suas necessidades. Resultado: cria-se, ao longo dos anos de colonização, todo um conhecimento e trabalho rural. Este, de maneira geral, encontra-se alheio a maiores registros literários e, através do exemplo prático e da tradição oral, vê-se postergado aos sucessores.
Os coloniais possuem um conhecimento privado as suas necessidades. Estes, nas suas lidas e tarefas, são extremamente astutos e inteligentes. Eles ostentam-se descobridores/inventores diante de seus dilemas e necessidades. Possuem, na prática cotidiana, dificuldades de conviver e raciocinar na  vida urbana. Esta, de maneira geral, pouco lhes interessa em função do impróprio da agitação, barulho, improvisação, mazelas...
Inúmeros citadinos criaram aquela falsa  imagem, de  burro e retrógrado, ao redor do homem das colônias. Este ostenta-se feliz e realizado na proporção das suas vivências rurais. A sabedoria aponta: cada elemento ostenta-se astuto e esperto no habitat próprio. O rural mostra-se um conhecedor extremo na seu ambiente e sina.
O problema com os seus artefatos específicos e soluções próprios. Inúmeros cidadões, como néscios, dão-se o direito de avaliar e julgar o desconhecido e ignorado. A conversa de uns nem sempre confere com a realidade dos fatos.

Guido Lang
“Singelas Histórias do Cotidiano das Colônias”

Crédito da imagem: www.avina.net