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sábado, 23 de março de 2013

A escamoteada vingança


Um produtor rural, com o avanço da urbanização, cedo viu sua propriedade agrícola próxima à cidade. A instalação duma vila cedo causou-lhe aborrecimentos com o lixo. Este, a todo instante, via-se desovado no interior das plantações.
Um empecilho, aqueles muitos e variados plásticos, no contexto do manejo das máquinas. Ele, durante um bom tempo, procurou conviver e suportar a lixeira. O constante e progressivo acúmulo de materiais levou a pedir providência dos responsáveis do meio ambiente.
O agricultor, num belo dia, pegou os responsáveis municipais para mostrar a indecência. “Corpo mole aqui e acolá e nada de tomar providências e resolver problemas”. O cidadão, numa ousadia ímpar, achegou-se ao momento de pedir a colaboração dos moradores próximos.
Este, diante dos muitos forasteiros, cedo arrumou uma aparente desconfiança e inimizade. Alguém viu-se deveras ofendido diante dos pedidos e reclamos. Uns incompreendiam o fato da lavoura não servir de depósito clandestino de lixo. Os dejetos, diante do recolhimento dos lixos, era só colocar nas lixeiras próximas.
O plantador continuou com sua tradicional lavoura de milho. Ele precisava produzir o cereal para silagem das vacas. Uma forma de armazenar e suavizar as dificuldades de trato no inverno. A plantação, uma vez com espigas constituídas, conheceu o trabalho da máquina de silagem.
Esta, como de costume, rodeou a lavoura, porém lá adiante conheceu um estranho barulho. Algum ferro, em forma de espeto de churrasco, encontrava-se escamoteado em meio às plantas. O despercebido artefato cedo deu os estralos no interior do maquinário. Os prejuízos fizeram-se sentir no bolso e no tempo. A necessidade de redobrar as atenções, nas vindouras colheitas, fizeram-se imprescindíveis.
O indivíduo desconhece as reais intensões e interesses de muitos. Algumas pessoas, nalguma afronta, parecem ter prazer em colocar empecilhos e criar problemas. O lixo, em quaisquer realidades, consiste num grave problema social. Uns poucos malandros, num conjunto de gente boa, servem de péssima referência dum lugar.

Guido Lang
“Singelas Histórias do Cotidiano Colonial”

Crédito da imagem:http://www.fazendaadriana.com.br

O urso e as abelhas

Urso e Abelhas

Um urso procurava por entre as árvores, pequenos frutos silvestres para sua refeição matinal, quando deu de cara com uma árvore caída, dentro da qual, um enxame de abelhas guardava seu precioso favo de mel.
O urso, com bastante cuidado, começou a farejar em volta do tronco tentando descobrir se as abelhas estavam em casa.
Nesse exato momento, uma das abelhas estava voltando do campo, onde fora coletar néctar das flores, para levar à colmeia, e deu de cara com o matreiro e curioso visitante.
Receosa do que pretendia o urso fazer em seguida, ela voou até ele, deu-lhe uma ferroada e desapareceu no oco da árvore caída.
O urso, tomado pela dor pela ferroada, ficou furioso e incontrolável, pulou em cima do tronco com unhas e dentes, disposto a destruir o ninho das abelhas. Mas, isso apenas o fez provocar uma reação de toda a colmeia.
Assim, ao pobre urso, só restou fugir o mais depressa que pode em direção a um pequeno lago, onde, depois de nele mergulhar e permanecer imerso, finalmente se pôs à salvo.
              
Moral da História:
É mais sábio suportar uma simples provocação em silêncio, que despertar a fúria incontrolável de um inimigo mais poderoso.

                     Esopo (Final do século VII a.C. e início do século VI a.C.)

                                            Crédito da imagem: http://sitededicas.ne10.uol.com.br