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sábado, 7 de setembro de 2013

A imprópria marca


Os cunhados, na casa do beltrano, reuniram-se para jogar o prazeroso jogo de cartas. A rodada, na tradicional canastra, mantinha-se uma promessa de umas boas semanas!
A primeira partida foi concretizada. Alguém, como complemento ao baralho, sugeriu comprar algumas singelas cervejas. A vaquinha, para uma dúzia de garrafas, viu-se efetuada!
O beltrano, como dono da casa, prontificou-se em ir buscá-las no armazém. Ele, num domingo à tarde, mantinha-se num dos poucos estabelecimentos em funcionamento!
O cidadão, num sútil superfúgio, inovou na aquisição. Este, fazendo-se de desentendido, adquiriu uma marca rejeitada. As visitas desgostavam-se desse paladar! 
O camarada, de forma proposital, incorreu naquela inconveniência. Este, como artimanha, poderia apreciar mais e custear bem menos das quantidades!
A má fama, de “unha de fome”, viu-se ampliada e reforçada. Os comentários e falatórios, no seio familiar, deram margem a outro impróprio (dos muitos já evidenciados).
As pessoas, por dinheiro, revelam as entrelinhas da índole. Uns, por atitudes e migalhas, estragam o bom nome! A bebedeira, entre a jogatina, encontra expressão!

                                                                                              Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem:http://www.efecade.com.br/baralho/

A retomada do antigo leito


Os pioneiros, num trajeto ao longo do arroio, abriram uma picada de mato. A trilha, posterior estrada, acabou numa singela vila (na proporção do desenvolvimento).
As águas, no percurso fluvial, careciam de oferecer maiores problemas de enchentes. Os antigos, numa exclusiva oportunidade, fizeram menção da excepcional fúria duma cheia!
O caminho, no avanço da colonização, via-se tomada de instalações e moradias. Alguma indústria familiar, no setor secundário, ia complementando as atividades primárias!
Algumas décadas, de sete a oito, transcorreram no cenário colonial. As referências e temores das enchentes viram-se abolidas ou esquecidas entre os naturais!
A meteorologia, numa época no desfecho do inverno, anunciou intensas chuvas. As pessoas deveriam tomar seus cuidados. O fato inusitado sucedeu-se numa certa noite!
Alguma excepcional tromba d’água, nas encostas e morros, abateu-se nas nascentes do arroio. As águas, num roldão e volume ímpar, afluíram na calada da noite!
As residências e ruas, em minutos, viram-se invadidas e danificadas. Uma confusão e estragos ímpares sucederam-se nas famílias! Alguns, por graça divina, salvaram a vida!
Os anciões, dos finados ancestrais, relembraram-se dos relatos da tradição oral. Estes, nas conversas informais, faziam menção da fúria esporádica do modesto córrego!
Os jovens, como lorota, pareciam desacreditar nos relatos. Outros imaginaram enterrada a repetição da velha sina! O imaginável e impensável havia tomado vulto!
Os rios, mesmo depois de décadas ou séculos, retomam nalgum momento o antigo leito. O perigo maior das águas consiste em não externar os reais perigos. O cidadão nunca pode subestimar as forças e fúrias da natureza!
                                   
                                               Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem:http://femineiro.wordpress.com