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domingo, 23 de setembro de 2012

Pensamentos de Confúcio


01. Transportai um punhado de terra todos os dias e fareis uma montanha.
02. O silêncio é um amigo que nunca trai.
03. Aprender sem pensar é tempo perdido.
04. Se não sabes, aprende; se já sabes, ensina.
05. Ver o bem e não fazê-lo, é sinal de covardia.
06. Nem todos podem ser ilustres, mas todos podem ser bons.
07. Não posso ensinar a falar a quem não se esforça por falar.
08. Não vingue-se, que dá vingança vem o arrependimento.
09. Uma imagem vale mais que mil palavras.
10. Antes de embarcar em uma vingança, cave duas covas.
11. Até que o Sol não brilhe, acendemos uma vela na escuridão.
12. Não são as ervas más que afocam a boa semente e sim a negligência do lavrador.
13. Somente os extremamente sábios e os extremamente estúpidos, é que não mudam.
14. O sábio envergonha-se de seus defeitos, mas não se envergonha de os corrigir.
15. Foge por um instante do homem irado, mas foge sempre do hipócrita.
16. Mil dias não bastam para aprender o bem; mas para aprender o mal uma hora é demais.
17. O maior prazer de um homem inteligente é bancar o idiota diante do idiota que quer bancar o inteligente.
18. O saber quer saber que nada se sabe. Este é a definição do verdadeiro conhecimento.
19. A preguiça anda tão devagar, que a pobreza facilmente a alcança.
20. Quem não sabe o que é a vida, como poderá saber o que é a morte.
21. Entre amigos, as frequentes censuras afastam a amizade.
22. Quando os médicos diferem, o paciente morre.
23. Aprende a viver como deves e saberás morrer bem.
24. De nada vale tentar ajudar aqueles que não se ajudam a si mesmos.
25. Não há coisa mais fria do que o conselho cuja aplicação seja impossível.
26. Todos os homens se nutrem, mas poucos sabem distinguir os sabores.
27. Aquele que não prevê as coisas longínquas, expõem-se a desgraças próximas.
28. Ao examinarmos os erros de um homem, conhecemos o seu caráter.
29. Quem não conhece o valor das palavras, não saberá conhecer os homens.
30. É mais fácil vencer o mau hábito hoje do que amanhã.
31. A melhor maneira de ser feliz é contribuir para a felicidade dos outros.
32. Não importa que você vá devagar, contanto que você não pare.
33. Um benefício dá resposta a outro benefício.
34. Para onde quer que fores, vai todo, leva junto teu coração.
35. Não te suponhas tão grande ao ponto de pensares ver os outros menores que tu.
36. O que não queiras para ti, não faça aos outros.

Confúcio (551 a.C - 479 a.C)

(Reunidos, a partir de fontes diversas, por Guido Lang)

Crédito da imagem: http://aguasulfurosa.blogspot.com.br/2009_09_01_archive.html

O convite do livro

     "O livro tem vida? O registro é uma convocação! Um convite à descoberta! A obra está ali inerte e só ganha vida quando é apreciada, folhada, lida... Está exposta para isso, esperando o leitor anônimo que  a manuseie e que o leia até a orelha. Aliás, a orelha é um bom referencial para saber do que trata a obra. As frases, as histórias e as palavras só ganham vida nas descobertas e imaginações do leitor. Esta precisa dos apreciadores. É a sua seiva. O sangue daquelas páginas brancas e virgens. Quem conhece o livro, descobre um tesouro; caminha pelas estradas das experiências e vivências humanas, comunica-se com as gerações no tempo..."

Autor Desconhecido

O teste da vocação agrícola


     Qualquer profissão encontra gente de todos os interesses e tipos, quando levam ou não jeito à atividade econômica. Um fato idêntico ocorre no meio colonial, quando uns seguem o trabalho por gostar ou o seguiram em função da mera tradição rural familiar. Faltou-lhes oportunidade maior para abraçar profissão mais rendosa. Olhos atentos, apreciando as entrelinhas dos estados da criação, pátio e plantações, vislumbram o espírito vocacional.
   Os vocacionados, gostam daquilo que fazem, encontram meios de inovar o sistema produtivo, tentam aproveitar ao máximo as áreas disponíveis, diversificam criações e plantações, fazem “corpo firme” para produzir, vesse-os continuamente no batente. O desanimado pouco caso faz das coisas e do estado de apresentação das instalações e moradias. Costuma labutar com razão de assegurar a subsistência, no que carece de ambição maior. A diferença, a longa distância, permite vislumbrar o cenário, enquanto o primeiro mantém o lote cultivado e produtivo; o segundo tomado pelos brejos e matos (com ilhas de culturas esporádicas).
     Um detalhe marcante, a primeira vista, sucede-se com o esterco (de aves, gado e porcos). O caprichoso e dedicado mantêm uma contínua falta do material, quando não o consegue acumular. Precisa-o para adubar áreas de plantação, quando poupa dispêndios volumosos com a compra dos adubos. As estrumeiras costumeiramente andam vazias e este lamenta o fato. O desestimulado e desleixado acumula quantidades, que perdem-se na ação das chuvas e ciscar das aves. O produto dificilmente ganha uma destinação agrícola, quando encaram-no como “tremendo empecilho”. Várias propriedades, na primeira oportunidade, salientam-se neste detalhe, quando uma “semi-montanha” formou-se nos fundos das instalações.
     O colono esclarecido, conforme a tradição colonial, sabe que labuta com as bênçãos divinas, quando dá uma real destinação aos dejetos animais. O solo produz, todavia quer também sua retribuição para continuar fértil. O maior patrimônio colonial não pode ser exaurido em função do ônus de recuperá-lo. O indivíduo, para extrair reais conclusões, precisa observar muito mais os detalhes e entrelinhas das situações do que as falas e os enfeites. Os reais fatos dificilmente conseguem esconder os muitos detalhes.

Guido Lang
Livro “História das Colônias”
(Literatura Colonial Teuto-Brasileiro)

O bom conselho


     Cinco gerações ficaram a usufruir de determinada área agrícola, quando essa, a cada ano, recebia de duas até três culturas. Batata, mandioca, milho e a vassourinha ficaram a produzir no contexto de um espaço muitíssimo fértil. Os plantadores continuamente a devassaram com os arados (de bois), com razão de “rasgar” este excepcional solo. Animais e homens, num cortejo ímpar, percorriam os regos, que viam-se tomados pelas pedras e vegetações. Uma gama de espécies (de inços) parecia desenvolver-se em função da umidade retida nas rochas, que brotavam no sabor da superfície. Os desbravadores sofriam com a inconveniência, porém a magnitude dos frutos justificava a labuta insana.
     Achegou-se, um belo dia, um conhecido, que, através dos anos, tornou-se muitíssimo amigo. Este, vendo os sacrifícios despendidos, no contexto da roça, disse uma prática agrícola. Recomendou a cada ano limpar parte da propriedade do excesso de pedras, quando possibilitaria a mecanização. Falou: “-Parceiro! Tira a inconveniência das rochas e coloca trator nisso! O esforço, deveras oneroso no início, justifica a economia de esforço lá adiante. Dá uma contribuição a teu filho, que aspira continuar no teu empreendimento. As pedras extraídas organiza como cerca com razão de serem curvas de nível a conter a erosão”. 
    O colono pensou e repensou do explanado. Procurou, no período das entressafras, colocar mãos a obra, quando diversos dias avolumou as pedras. Quantidades ímpares, numa “paciência de Jó”, foram carregadas e levadas na direção dos valos. A coluna e os ossos, no desfecho de cada empleitada, pareciam estralar. A diferença de visual, no lugar, fazia-se sentir e cedo colocou-se o trator no lugar da boiada. A lavração, gradiação e semeadura mecânica fizeram uma tremenda economia de tempo, quando a área, no contexto da propriedade familiar, tornará-se a mais nobre. Vizinhos elogiaram a mudança e facilidade do aproveitamento do lugar, que tornara-se o cartão postal da unidade produtiva. Um protótipo para outros tomarem idêntico exemplo e ele prosseguir limpando todos os espaços agrícolas da propriedade.
     Um singelo conselho, dado de coração, ocasionara uma “revolução agrícola”, quando mudou toda uma mentalidade de trabalho. O nome do amigo, como agradecimento, foi externado aos “quatro ventos”. Os exemplos, ideias e sugestões, acrescidas das práticas, revolucionam o mundo!

Guido Lang
Livro “História das Colônias”
(Literatura Colonial Teuto-Brasileiro)

Crédito da imagem: http://ruygessinger.blogspot.com.br/2011_07_01_archive.html