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sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Os cumprimentos

             Uma prática centenária sobrevive as ondas das gerações e inovações. Trata-se, na convivência comunitária, do tradicional bom dia, boa tarde, boa noite, oí, olá... Os moradores, em meio a achegada em quaisquer espaços e presença de semelhantes, externam o suplime desejo. Ele, na prática, mostra-se uma maneira de aproximação e consideração (entre as partes).
           O cumprimento, inúmeras vezes acrescido dum aperto de mão, externa as boas maneiras e vindas (dos relacionamentos entre familiares, amigos e vizinhanças). Uma prática rotineira no cotidiano das famílias e colônias. Um modo de conhecerem-se, estabelecer relações iniciais, externar graus de parentesco... Uma obrigação de expressar a civilidade e humanidade.
           Os filhos, nos seios familiares, cedo são orientados a dizer um sonoro cumprimento. Externar, nas idas e vindas da convivência comunitária, o hábito como sinônimo de cordialidade e educação. Os provalecidos, no entender comum, relegam a prática. Estes, achando-se superiores, deixariam de fazê-lo. A atitude gera comentários impróprios (na proporção de ser relegado). Inimigos acirrados, por querelas várias (como exemplo divisas, inventários e ofensas), deixariam unicamente de fazê-lo (de forma mútua). Algum forasteiro, como novo morador, poderia deixar de fazer a prática (em função do desconhecimento). A realidade cedo ensina o diverso e integrar-se a realidade.
           A urbanização, com a massificação humana, tem ensinado a indiferença. Humanos, na compreensão religiosa da “imagem e semelhança de Deus”, unicamente ignoram-se como animais. Um pisa no calo d’outrém e nada de boas maneiras. O cumprimento, para algum muito próximo ou semelhante, vê-se uma forma de saudação. O fato (cumprimentar) ocorre nas cidades menores e é escasso nos centros maiores. A indiferença mostra-se uma espécie de desconsideração e gera desconfiança. Um sorriso nos lábios, acrescido dum cumprimento, aproxima e enobrece espíritos e rostos.
            Os deslocamentos, com os diversos veículos (automotores rápidos e velozes), tornaram a prática inoportuna. O cuidado, no trânsito, mostra-se redobrado (com as muitas histórias de acidentes e tragédias). Olhar para os lados, como descuido, pode representar aborrecimentos e transtornos! Moradores, dentro das possibilidades, abanam-se, num “vap e vup”, nos carros. Este tem sido os novos ares da velha prática.
          Singelas atitudes, no cotidiano da existência, fazem agradáveis diferenças. Inúmeras localidades, em meio as décadas de colonização, mantém vivo resquícios dos costumes e hábitos originais. O cumprimento, claro e sonoro, revela-se prenúncio de amizade, consideração e educação. Modestas atitudes, no quadro geral, fazem muita diferença.
Guido Lang
Livro “Histórias das Colônias”
(Literatura Colonial Teuto-brasileira)
 
Crédito da imagem: http://minicursoespanhol.blogspot.com.br/

Chalie Chaplin

O caminho da vida
"O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. A cobiça envenenou a alma dos homens, levantou no mundo as muralhas do ódio e tem-nos feito marchar com passos de ganso rumo à miséria e morticínios. Criamo-nos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, nos transformou em seres empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade; mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo estará perdido".
Chalie Chaplin (1889-1977)
Palavras proferidas em 1940
Crédito da imagem: http://pt.wikipedia.org/wiki/Charlie_Chaplin