Translate

domingo, 29 de setembro de 2013

O vício


O cidadão, ao companheiro e parceiro, resolveu “quebrar um modesto galho”. Ele, como pensionista, levaria mais um dia até sair o benefício! “A fome ousara bater a porta”!
O dinheiro, numa cidade grande, mostra-se mercadoria essencial à subsistência. Este, na alheia carteira, encontrava-se esgotado e gastado! O crédito andava igualmente curto!
As refeições, naquele dia, seriam carentes ou inexistentes. O companheiro, enxugando dispêndios e necessidades próprias, cedeu uma dezena de reais na extrema emergência!
O objetivo consistiria em adquirir artigos às parcas refeições. A recomendação, diante do auxílio, somou um expresso aviso: “- Parceiro! Nada de comprar cigarro pelo dinheiro”!
O fulano, dobrando a primeira esquina, adquiriu os necessários maços. O estômago, diante do cruel e mortífero vício, “ficou no compasso de espera e saudades”!
O cidadão, mesmo diante da bela ladainha e ousada promessa, não pode dispender grana a dependentes. Alguma doação, no máximo, necessita ser em comida e bebida!
Alguns, pelas impróprias atitudes, estragam amizades e confianças. As palavras de viciados, mesmo “juradas com os pés juntos como promessa”, assumem escassa credibilidade!
Os vícios, no gênero humano, sobrepõem-se a inteligência e racionalidade. Dinheiro, dado sem controle a título de ajuda e compaixão, externa cedo o desperdício e trapaça!

                                                                                      Guido Lang
“Pérolas do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://g1.globo.com

O voto


Uma família apresentou determinado jovem como candidato. O moço, na oposição, concorreu à vereança! As chances, como iniciante, pareciam remotas na eleição!
A situação política, com concordâncias e discordâncias, causou rachas familiares. Uns, em função de auferidos benefícios, apoiavam a situação. Outros bandearam-se à oposição!
Uma parte apoiou outro candidato! Determinada tia ficou no dilema: de votar ou não no afilhado e sobrinho. A dúvida, durante a campanha, arrastou-se por dias e semanas!
O marido, ferrenho situacionista, inibiu a confiança e gentileza. O desfecho, como conclusão, acabou na negação! Aquela ideia: “um voto não faz maior diferença”.
O curioso, no maior azar, relacionou-se ao voto. Este, numa extrema coexistência, faltou justamente para eleger-se à Câmara. A lamúria e remorso revelaram-se acentuados!
O sucedido, na existência inteira, produziu desconforto e desconfiança. As relações familiares, sobretudo entre os irmãos, viram-se relegadas pelas décadas sucessivas!
Alguns acontecimentos e situações revelam-se melhor do que encomenda. Os sucedidos ímpares, como afrontas e lorotas, perpetuam-se na memória familiar!
A política, com interesses e paixões, costuma constranger e intrigar familiares! “O diabo, com razão de dividir e maldizer, origina situações inusitadas e ousadas”!

                                                                        Guido Lang
“Pérolas do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.brasilfront.com.br/