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terça-feira, 26 de novembro de 2013

Uma espécie rara


A localidade, situada lá nos cafundós (“onde o Judas perdeu as botas”), viu-se abalada e movimentada. Um morador, na casualidade, deparou-se com espécie rara da outrora fauna!
A tradição oral relata do habitat natural da espécie. A devastação da floresta, nos primórdios da colonização, causara o afastamento e extermínio de exemplares!
O gato do mato, outrora comum, deu os ares da graça. O rejuvenescimento da floresta, somada ao desenvolvimento da silvicultura, permitiu o achegar e vislumbrar da espécie!
A patrulha ambiental, diante os ataques e prejuízos nas criações, viu-se acionada. Os profissionais, diante da astúcia e esperteza animal, ficaram “a ver navios”!
Os moradores, num comparativo aos políticos, estabeleceram uma curiosa correlação. Quem mais aparece no lugarejo: os felinos dos matos ou os políticos de cargos públicos?
A presença externou: “- A realidade, fechada às urnas, revela que é bem mais fácil deparar-se com a espécie do bioma do que encontrar algum político circulando pelos interiores”.
O eventual forasteiro, como estatista, pode ser ainda confundido como eventual larápio. Os naturais, com a cachorrada, poderão colocar a correr o vivente!
Os eleitos, depois de angariados os votos, ostentam-se ausentes e indiferentes. O abandono público, em inúmeros exemplos, assume ares da ausência ou desleixo!
Os eleitores, selecionados em seus pares, possuem os políticos dignos das crenças e práticas. O rejuvenescimento de espécies, entre encostas e morros, tem sido uma sina nalguns lugarejos coloniais!

                                                                             Guido Lang
“Contos do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.big1news.com.br

A excepcional mesada


O forasteiro, no ímpar momento, hospedou-se na residência de velhos amigos. A moradia revelou-se momentâneo hotel! O abrigo, na emergência, viu-se num quebra-galho!
Os gastos, como alimentação, água, luz e taxações, correram na conta da família. A boa vontade, para quebrar a esporádica necessidade, revelou-se amigável!
O camarada, na hora da partida, pediu pelos valores dos dispêndios. A hospedagem recusou quaisquer coberturas. O visitante deixou de safar-se duma melindrosa situação!
Uma doação, a título de mimo aos filhos, cobriu os consumos. O objetivo consistiu em reforçar o bom e velho hábito! Os rebentos, como mesada, ficaram alegres e contentes!
Os estranhos desobrigam-se a custear alheias necessidades. O correto e sábio carece de extrair proveito das gentilezas. Ele, numa próxima necessidade, deixa a oportunidade!
A pessoa precisa honrar a correção e justiça. Os alheios carecem igualmente de ganhar as coisas de graça! Quem, em tenra idade, dispensou auxílio de estranhos?
Certos hábitos e práticas carecem de serem cafonas e ultrapassados. As referências, como bons caminhos, abrem horizontes e portas a conhecimentos e negócios!


                                                                                Guido Lang
“Contos do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.xalingo.com.br/