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domingo, 28 de abril de 2013

A extrema dó


Um tradicional carneador, numa existência, abateu milhares de animais. Estes, para o consumo da carne e linguiça, relacionava-se a bovinos e suínos.
O fulano, conforme seu desabafo, sentia somente um remorso. Este ocorria na proporção da matança das rezes domesticadas e idosas.
As vítimas, conduzidos ao local do holocausto, sabiam perfeitamente das intensões. Os animais, como bois de canga e vacas de leite, lutavam de forma desesperada (para querer esquivar-se da hecatombe).
O desespero, amarrados numa árvore, significava digladiar-se com a corda. O bicho, a torta e direita, procurava libertar-se e safar-se! Os espertos pareciam dizer: “- Servi-vos toda uma existência e agora procedes dessa forma injusta! Uns irracionais estes malditos seres!”. Quê os homens fazem para não perder dinheiro?
Os humanos, de maneira geral, subestimam a astúcia e inteligência animal. Os temores da dor e incerteza costumam antecipar a morte! Com quê direito os ditos racionais arrogam-se de consumir os seres desprotegidos e fracos?

Guido Lang
“Singelas Fábulas e Histórias do Cotidiano da Vivência”

Crédito da imagem: http://www.anapessoa.com.br

O rato e o elefante



Uma grande reunião de pessoas admirava em uma feira o monstruoso tamanho de um elefante; um ratinho indignando-se exclamou:
- Fortes babacas! Sem graça, sem beleza, mal pode mover-se e o admiram! Mas, nós, ratinhos, corremos, pulamos, saltamos, somos cheios de graça, e em vez de nos prestarem a admiração devida, juram-nos guerra e extermínio. Será porque somos nacionais, e esse monstro é estrangeiro?
Enquanto assim repreendia os babacas, despercebido o ratinho é apanhado por um gato, que logo lhe mostra a diferença que há entre um elefante e um camundongo.

Moral da história:
A vaidade e a inveja fazem muitas vítimas; até os ratos querem que se lhes dê a importância dos elefantes.

Esopo (Final do século VII a.C. e início do século VI a.C.)

Crédito da imagem: http://ladroesdebicicletas.blogspot.com.br