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quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

O dinheiro vivo


O morador, cansado da colônia, resolve comercializar propriedades e terras. O vizinho, no desacerto de valores, reluta em pagar o solicitado. O desacerto inviabiliza a transação!
O destino, pós-filhos crescidos e formados, consiste em tomar o caminho da cidade. O abandono dos bens e torrão, herança dos ancestrais, vê-se realidade. Chega da sofrida vida!
A conversação, no pré-estabelecido horário de visita, vê-se o momento da rodada de comercialização. O vizinho comprador, na mesa, assenta-se à aquisição!
O mercador, na presença do casal vendedor, estende os maços de dinheiro. As cédulas vivas assombram e impressionam a parte. Os volumes reúnem a quantia ofertada no imóvel!
A família, no à vista, distende-se no abatimento e desconto. O negócio, em escassos instantes e palavras, vê-se concretizado no descuido dos desacordos e resistências!
O dinheiro, na exposição em montes, exerce deslumbre e domínio. As fantasias e imaginações, em compras, criam voo. As pessoas quebram barreiras e oposições!
Os valores, sem dividendos, escorrem das mãos. Inúmeras vendas, no impensado, acabaram corroídas pela inflação. Alguns, no cochilo, viram-se pobres no imprevisto!
“Melhor um passarinho na mão do que um punhado voando nos lugares”. Terras, na instabilidade monetária, verificam-se garantias concretas como posses!

Guido Lang
“Crônicas das Colônias”

Crédito da imagem: http://www.ecoturismoaventura.com.br/