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sábado, 1 de junho de 2013

A aconchegante e boa massagem



Uma jovem senhora, como profissional da limpeza (no serviço público), manteve “um dia de cão!” O trabalho, na segunda, ostentava-se um ônus deveras chato e oneroso.
Esta, na surdina das obrigações e tarefas, via-se o dia inteiro a reclamar e xingar pelos cantos e recantos do ambiente. O relógio, no ínterim da jornada, parecia estagnado (“os ponteiros parados nas horas”).  Os encargos, para o dolorido e sofrido corpo, davam a sensação de sobrepôr-se as energias e nervos.
Um amigo, parceiro de muitas brincadeiras e conversas, estranhou o esdrúxulo comportamento e queixas. Este, no tradicional espírito de camaradagem, disse: “- O marido, hoje à noite no ambiente de casa e íntimo, faz uma aconchegante e boa massagem! Os males e nervosismos acabarão relegados e suprimidos! O vigor reinstalará-se neste esbelto e jovem corpo!”
A fulana, sem maiores delongas e explicações, liga ao parceiro. O celular, como surpresa, acaba repassado ao falante. Um mico, de primeira ocasião, diante do aparente desconhecido. A situação, diante do desafio e improvisada gargalhada, consistia em “abraçar ou largar” o aparelho e diálogo!
O cidadão, num avermelhar e gaguejar, repetiu: “- Olá! Uma satisfação poder falar com o fulano! A sua senhora encontra-se muito resmungona! Esta, a qualquer instante, encontra-se a bater louça e falando a toa! Ela, no ambiente familiar, precisa receber  uma atenção e carinho especial! A gente, no final das contas, preocupa-se e procura dar algum conselho!”
A conversa ficou nisso (diante da inércia do ouvinte). Uns não tem como ajudar e auxiliar nas aflições e preocupações! Os amigos e colegas, nos ambientes de camaradagem, adoram pregar micos e peças (para oferecer circo e diversão aos alheios).
Os micos e mimos, nos ambientes de bom relacionamento, rompem a monotonia e rotina das vivências. “A gente morre e ainda não viu tudo!” “Quem diz o que quer, ouve o que não quer!”

Guido Lang
“Singelas Crônicas do Cotidiano da Existência”

Crédito da imagem: http://www.triada.com.br

O invejado beijo



A sicrana, num movimentado baile, entra toda cheirosa e embonecada no salão. Esta, como forasteira, conhece poucos e desconhece outros muitos frequentadores.
Esta, em meio a aparente folia e penumbra, encontra uma velha conhecida. O tradicional cumprimento revela-se um abraço e beijo. Uma norma corriqueira como manda a convivência e educação.
O beltrano, um completo desconhecido, repara as conversas e os cumprimentos. Este, na passagem da sicrana, trata de interrogar: “- Só ela ganha as cortesias? Encontro-me carente e enciumado desse afetuoso abraço e caloroso beijo!”
A sicrana, interessada nalguma companhia masculina, não deixou a retribuição por menos. Ela tratou de externar a gentileza assim como ganhar a devida contrapartida.
Uma amizade nova viu-se estabelecida a partir duma modesta implicância. O teor das palavras traduziu as vontades! As afinidades atraem as companhias e pares!
A felicidade, num aspecto, consiste em estar próximo aos amores! O carisma exprime-se em ter os estranhos como amigos e íntimos. O cidadão, neste mundo, precisa ser astuto e esperto com razão de saber viver com os tipos humanos e lugares!                                                                                                                                                                             
Guido Lang
“Singelas Crônicas do Cotidiano da Existência”

Crédito da imagem:http://fabioalx.blogspot.com.br