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terça-feira, 31 de março de 2015

O dúbio adereço


O camarada, na malandragem e paqueração, achava-se deveras ardiloso. As saídas, na discrição, caiam nas encobertas horas. A consorte, nos incursos, ruía na idiotice. A história, no arriscado, disseminou artimanha e fama. O galanteador fazia jus de aventureiro e garanhão.
O fulano, nos passeios, mantinha escamoteado lance. A dita-cuja, no amor, residia no distinto bairro. As idas e vindas advinham no ocasional exercício. Os namoricos, na intimidade, caíram no boato. A gama de amigos, no meio caseiro e discrição, explanava a malandragem.
O sujeito, em final de ano, ofertou presente. A compra, na geladeira, adveio na prestigiada loja. A entrega, no endereço da secundária, sucedeu na ocorrência. O entregador, no percalço e pressa, deixou de reparar endereço (de nota). O equívoco caiu na direção.
O artigo, na casa original, foi entregue. A consorte, na admiração, tomou ciência. O adultério, no acaso, incidiu revelado. O brigado, no intento da desunião, incorreu no curso. O ardil da lábia, no conserto da fé, sobreveio na explicação. A existência aplica indiscretas peças.
O impensado, na tese da mentira, sói esclarecer ocorrências. Algum análogo, no genérico dos casos, verifica-se sabedor dos ocultados. A verdade, nas falas, habitua advir no melhor das fórmulas e receitas. Quem abusa da boa sorte cai na aflição e contradição.
O coisa-ruim, no brusco, acopla dedo na ciência e fortuna. A existência, no consórcio, incide na paciência e perdão.

Guido Lang
“Singelas Crônicas das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.americanas1.com.br/