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sábado, 22 de junho de 2013

A ocasional companhia


O cidadão, na aparência de perdido no grande centro urbano, encontra-se a almoçar. A necessidade de revigorar as energias revelou-se inadiável!
Este, como forasteiro e viajante, encontrava-se solitário e triste. Ninguém, amigo ou familiar, encontra-se presente para maiores conversas e gentilezas! Um mero indivíduo a mais entre os outros muitos milhares!
A morena, nunca vista nos almoços, aconchega-se apressada e preocupada ao estabelecimento. Ele, no momento da entrada ao restaurante, cumprimenta-a e a convida para sentar na mesa.
Ela, nos segundos subsequentes, reluta em aceitar e confiar em estranhos. Esta, numa ímpar surpresa, aconchega-se para fazer amizade e companhia.
A cidadã, nos primeiros procedimentos, procura largar bolsa, reservar lugar e servir-se no buffet... A convivência ocasional, entre muito diferentes e estranhos, tornou-se um fato.
A amizade, para ser criada no interior da massa humana das megalópoles, ostenta-se uma pérola. O princípio vigente consiste em “cada qual para si e Deus para todos”.
As partes, em inúmeras outras ocasiões (a partir desse momento), trocaram conversas e parcerias. Os diálogos comuns e longos tomaram a primazia dos encontros!
As pessoas, nas cidades, escolhem uns poucos para coexistir. Os demais, muitos outros semelhantes, vêem-se descartados e relegados! A impossibilidade de conviver com todos ostenta-se impossível e inviável!
Aprender a coabitar com diversos e estranhos, como velhos conhecidos e parceiros, tornou-se uma necessidade social. As palavras certas, nos momentos próprios, aproximam as pessoas. O cidadão, entre os milhões e bilhões de semelhantes, necessita ostentar uns aconchegados e íntimos.

Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://gastronomiadescomplicada.blogspot.com.br

A singela pedra


O condutor, numa singela área urbana, estaciona o carro. Uma dificuldade incrível de achar algum local de estacionamento.
Os locais públicos, proibidos ou tomados de veículos, revelam-se restritos. Voltas e mais voltas, em horário alheio ao trabalho, para localizar algum espacinho!
O cidadão, nesta procura (nem tinha colocado o pé no asfalto), deparou-se com o inacreditável. A cortesia monetária, solicitação comum de pedintes, tomou vulto!
Um jovem, podendo ser filho do condutor, solicita algum "troquinho" (dinheiro). Um moço forte e jovem encontra-se a pedir dinheiro. Um fato anormal para o bom senso!
Este, na maior cara de pau, pede alguns reais. A explicação vê-se dada: “- Quebrar algum galho de emergência!” Alguma necessidade maior exigiria a caridade humana!
O motorista, de forma repentina, assusta-se com o pedido. Uns singelos reais a mais, entre os muitos dispêndios, onerariam o proprietário! Valor mórbido para os patrões monetários nacionais.
A curiosidade relaciona-se ao emprego do valor. A compra provável liga-se a aquisição de drogas. O vício, disseminado nos cantos e recantos das cidades, dá as rédeas do comportamento!
Alguma pedrinha de crack, passível de compra em quaisquer esquinas, vê-se adquirida ao consumo. A droga descreve uma faceta do retrato da patologia urbana!
O estado e famílias perderam o controle sobre a situação. Uma civilização doente em meio à selva de pedra. Preciosas e únicas vidas jogadas no ralo!
Como semelhantes prestam-se a produzir e comercializar o germe da morte? Estes carecem de pensar nos próprios filhos e descendências? As leis brandas e inertes, em nome da liberdade, desgraçam e destroem famílias e vidas!

                                                                                                  Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem:http://centenario-republica.blogspot.com.br