Translate

domingo, 12 de agosto de 2012

O significado dos coqueiros




Os tradicionais coqueiros/jerivás (Syagrus romanzoffiana) foram os poucos vegetais poupados no interior das roças no contexto da saga colonizadora. Outras espécies para dar espaço a agricultura de cereais e tubérculos conheceram a devastação com vistas de possibilitar a chegada dos raios solares. O tapete, da Floresta Tropical Subtropical (Mata Atlântica), sofreu alternância para um colorido na cor dos cereais e gramíneas. A planta, pelo significado da perenidade das palmas, ganhava utilização colonial, quando embelezava eventos matrimoniais. Lia-se nas entrelinhas identidade perenidade na união familiar como a eficiente preservação das folhas da palmeira. As palmas no rigor do extremo do inverno ofereciam um complemento de matéria verde junto aos fenos e palhas queimadas do inverno. Os coqueiros como sementes, ostentavam-se um excepcional alimento a diversas espécies da fauna...
Umas famílias germânicas como estirpes recém introduzidas na América Meridional inspiravam-se na planta como modelo de vida. O coquerinho crescia como vegetal miúdo no contexto dos gigantes da selva, porém desenvolvia-se paulatinamente na direção do maioral. Erguia-se sufocado e reprimido, todavia protegido do rigor do Sol e do frio. Transcorreram décadas, num desenvolvimento contínuo, para tornar-se uma saliência no ambiente da floresta. Famílias européias, “com uma mão na frente e outra atrás”, começaram tímidas, mas ousadas e trabalhadoras no contexto das matas virgens; transcorreram-se décadas e gerações para ostentarem-se magníficas estirpes, “como coqueirais” no contexto das organizações humanas.
Os colonos nos dias ventosos conheceram outra nobre função das palmas: direção dos ventos e consequentes condições de tempo. Estes no ínterim das jornadas apreciavam o balançar das palmas, que debatiam-se com o deslocamento das correntes de ar. Cada direção, para as atividades primárias, revela o comportamento meteorológico das próximas horas, dias ou semanas. O vento sul/minuano prenúncio de chuva e friagem; vento oeste, do centro do continente, assinalava provável calor e seca; vento leste marcava intensas chuvas, temporais e calor abafante; vento norte, como expresso o dito popular “chuva na porta depois de três dias”. Cada direção salva a alternância de cada estação.
Poucos, com o advento da aparelhagem tecnológica, valem-se da bússola natural, no qual o eucalipto segue a sua imitação e a história uma pérola das vivências coloniais.

Guido Lang
Livro “Histórias das Colônias”

Crédito da imagem: http://www.panoramio.com/photo/20107843

Nenhum comentário:

Postar um comentário