Translate

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

A velha lataria


O colega, na laia de empregado, andava no carro velho. O acanhado fusca, no curto curso das idas e vindas, enchia as precisões dos deslocamentos. O estacionamento, na frontal do prédio, caía no espaço e horário do expediente público. A ocorrência, na certa manobra, acorreu no xingamento da colega. O mau humor, na hora, conduziu ao comento. O carro novo, na saída, viu problema. A fala mal, na raiva, consistiu: “Tira daqui essa velha lataria!”. O proprietário, na instrução e resignação, relevou teatral indiferença. A briga e intriga, no local dos convívios e fainas, sobrevêm na chateação e irreflexão. A artífice, na ação, caiu na amnésia. O tempo decorreu na agitação e pressa. A cuja, no sensato tempo, adveio no arrojo e precisão. A obrigação, nas cotas do veículo, exigiam crédito e suprimento financeiro. O amigo, no esquecimento, viu-se requerido. O pedido, no instante, lembrou-se do ocorrido. A recusa caiu no instante. “O sujeito externa agravas, esquece ato; a pessoa ultrajada espera ocasião”.

Guido Lang
“Fragmentos de Sabedoria”

Crédito da imagem: http://carros.cozot.com.br/