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terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Último Adeus! (Boate Kiss)


Data muito triste em Santa Maria/RS e que, sem sombra de dúvida, jamais sairá da memória de todos àqueles que conviveram com esta tragédia. Mais de mil jovens saíram na virada do dia 26 para o dia 27 afim de comemorarem a vida. Não sabiam que esta seria sua última festa! Estavam bonitos e com o seu melhor sorriso nos rostos. Muitos pais nem sabiam que as suas “crianças” (podemos assim chamar este grupo de adolescentes que quase não vivera a vida ainda; a maioria tendo entre 18 e 24 anos) tinham ido ao evento.
Após as duas e meia da madrugada, um incêndio, provocado por acionamento de um sinalizador na boate KISS (cuja chama espalhou-se pelo isolamento acústico de natureza altamente tóxica), acabou por ceifar a existência de mais de 230 jovens.
Qual terão sido suas últimas lembranças? Qual foi o seu desespero ao sentirem que não conseguiriam sair dali? Qual foi a tristeza ao se virem em seus derradeiros momentos de vida? Tudo isto nos passa na cabeça quando pensamos no assunto! Certamente não há como saber o que elas presenciaram ali! Sabe-se, no entanto, que aquele foi um verdadeiro filme de terror! Nada pode ser feito para voltar atrás! Os entes perdidos jamais retornarão!
Temos de tomar consciência para que esta lástima nunca mais se repita! Precisamos orar pelos mortos, para que Deus cuide de suas almas, e ajudar as famílias atingidas neste momento de aflição!
Repito: nada pode ser feito para retornar ao passado.
No entanto, somos incumbidos a impedir que este acontecimento novamente ocorra em outra parte do país ou do mundo.
Deixo os meus sentimentos as pessoas enlutadas! Coloco-me na pele daqueles que perderam suas vidas, porque, se não não fosse uma prova de final de semestre na faculdade, eu também estaria lá. E talvez seria mais uma vítima fatal desta avassaladora calamidade!
Perdi amigos, não sinto nem de perto a dor dos pais dos falecidos, todavia é com grande pesar que escrevo estas palavras. Não era desta forma que eu desejava ver os seus nomes estampados na imprensa internacional, mas sim, como competentes profissionais dedicados a melhorar o mundo.
Alguns deles nunca mais verei, isto é um fato. Seus corpos foram levados a cantos distantes, já nas primeiras horas depois do incidente (porque não residiam em Santa Maria/RS), e, por isso, nem um último adeus pude-lhes dar. Aonde será que estão enterrados? Em algum distante lugar do globo em que talvez eu nunca irei encontrá-los.
Não acredito que isto aconteceu!!!
Eis aqui minha breve homenagem!!!

Com profunda tristeza e com votos de que Deus console a todos,
Júlio César Lang.
28 de janeiro de 2013


A bondade alheia


Um certo senhor, no interior das lavouras, foi ver o desenvolvimento das plantações. Estas, como eucaliptos, mandiocas e milhos, cresciam deveras. Uns poucos dias, no contexto das chuvas e insolações de verão, fizeram o desenvolvimento (em meio ao mormaço). O produtor, na prática, queria averiguar as necessidades de alguns reparos/suplementos. Alguma adubação ou herbicida para reforçar o crescimento e vigor das culturas.
As plantas estabeleceram sua lógica existencial. Elas, apreciando a alegria e esperança estampado no rosto do proprietário, admiraram-se da postura (de consideração e satisfação). O plantador, aos quatro ventos, parecia agradecer e sorrir. Os milhos, cedo conversaram entre si, sobre a tamanha felicidade. Os eucaliptos e as mandiocas, nas fábulas das plantas, explanaram sua concordância. A opinião, praticamente unânime, dizia: “ – Que homem bom aquele fulano! Faz o possível e o impossível ao nosso bem estar! Outras muitas pessoas, com o idêntico espírito desse cara, deixariam/fariam o mundo bem melhor. A desgraça e miséria certamente não seriam tamanha!”
Os animais, das suas diversificadas criações, somaram-se aos comentários e opiniões. “Que homem caprichoso e dedicado a profissão! Um legítimo empreendedor e inovador nas atividades primárias! A sua propriedade assemelha-se alguma horta/jardim! Faz tamanho bem a tantos! Apostamos que não haja contras!” As vacas, de maior longevidade, pareciam os mais contentes e realizadas. Estas, em função do leite, recebiam os melhores pastos e rações. Elas pareciam endeusar a bondade do criador e plantador. A desconfiança única residia no sumiço misterioso, da noite para o dia, de algumas parcerias.
As ervas daninhas, eliminados e sufocados como espécies, alimentavam no entanto um ódio mortal. O cidadão, sem dó e piedade, aplicava herbicidas. As capinas mecânicas eram uma constante. As sementes nem tinham nascido e já recebiam venenos. As opiniões, dos muitos adversários, versaram:“- O fulano, antes de morrer, precisaria conhecer o idêntico remédio! A esperança das vítimas era de ‘Deus escrever certo em linhas tortas’. Tudo que plantamos, colhemos lá adiante na vida”. A estada deste, no entender das daninhas, parecia um diabo personalizado e a sua propriedade um inferno em chamas.
O dono, bom para tantos ruim para muitos, pensava somente no exclusivo e único objetivo: lucro. A extrema caridade e dedicação, nas aparências, nada tinha haver com bondade e generosidade (“de bom cristão”). Este, como quaisquer outros humanos, pensava somente no dinheiro. A necessidade/obsessão era angariar/ganhar para cumprir os seus muitos débitos e encargos. O aparente bem alheio, na prática, não passava de preocupação com a fartura do bolso/da carteira. Os equívocos, da interpretação dos acontecimentos e fatos, encontravam-se na cabeça dos próximos e não na mente do dono.
A bondade ou maldade encontra-se na cabeça de quem interpreta. O indivíduo somente vê o semblante dos próximos, porém o coração ostenta-se uma tremenda incógnita. Cuidado! Certas bondades e favores escondem segundas intensões. O dinheiro, como sangue do sistema econômico, move os comportamentos e propósitos humanos.
Guido Lang
“Singelas Histórias do Cotidiano das Colônias"

Crédito da imagem:
https://www.google.com.br/searchq=milhos&hl=ptBR&tbo=u&tbm=isch&source=univ&sa=X&ei=xBoHUe3sEoe68wTatYDwDg&ved=0CC4QsAQ&biw=1360&bih=659#imgrc=_