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quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

A extravagante ocorrência


O forasteiro, carregado de gente, achega-se de supetão ao alheio domínio. A admirável caminhoneta, no vidro fumê, advém no fausto e riqueza. A placa, na longínqua cidade, calha na observância e procedência. A tática consiste em impressionar o distraído e reservado.
O proprietário, modesto filho das colônias, assusta-se na extravagante ocorrência. O horário oportuno, no expediente do ofício bancário, fecha-se no decurso. O receio advém na lembrança dos incômodos e temidos fiscais de banco. As penhoras caem nas reminiscências.
Os agentes, no endividado conjunto social, adotariam o rumo da averiguação e requisição. As acomodações e maquinários, em graúdas iniciativas, solicitariam pagamento. Os juros e taxas, na exorbitância, assumem aparência de agressão e extorsão na liquidação.
A identificação, no amigo e parceiro, “tira o receio do coração” A condição exótica cunha a aparência de cilada. Débitos sucedem nas dificuldades de compensação. A estrela da prudência deve nortear os mercados. “Gato escaldado tem medo de água fria”.
Admiráveis empresas, no meio rural, criaram-se nos velhos rincões. Os abrigos, em aviários, pocilgas e tambos, aguçaram produções. Os créditos, na queda das cotações, caem no dilema da cobertura e negociação. Os avanços ajustam-se aos acasos dos mercados.
O segredo reside em jamais dar um passo maior que as pernas. Dívidas incidem no flagelo das ansiedades e insônias.

Guido Lang
“Singelas Crônicas das Colônias”

Crédito da imagem: http://www.der.mg.gov.br/