Translate

sábado, 11 de abril de 2015

A indigesta alocução


A primeira dama, no primoroso município, circula pelo centro. As andanças, na privada condução, advêm na pressa. O percalço, na bobeada, resultou no pé torcido. A descida, na viatura, encravou o sapato. O distinto desnível, no passeio público, viu-se razão de zanga.
A agonia, no ambiente público (próximo), incide no acanhado pedido. Algum bucólico gelo, no bom emprego, adviria no paliativo. A parte dolorida sobreviria no arrefecimento da dor e própria massagem. O hábito, nas ocorrências, acontece na aplicação do recurso.
A sicrana, na casta de adversária e funcionária (inativa), presencia petição. A sugestão, na cara-lisa, calha no fato. A fala versa: “- Passa no sanitário e aplica água. O marido convoca para exigir a arrumação dos impróprios calçadões. Os passeios acham-se no descalabro”.
A ouvinte, no competente artifício, permaneceu calma e calada. A situação, no conjunto da agonia, apontou-se sabedoria. O silêncio adveio na estratégia. Aquela envelhecida coisa: “O dirigente, na chefia, agrada uns poucos e desagrada muitos distintos”.
Os tributários, no livre-arbítrio, carecem de ser afáveis ovelhas. A taxação incide no cavalar; a benfeitoria sucede no insuficiente. Os indivíduos, nos benefícios, exclamam melhorias. Os achegados, no acoplado aos influentes, ouvem o espontâneo e indevido.
A aferrada máquina estatal, no privilégio de minorias, arrecada para sustentar as polpudas regalias e salários. A população, no descalabro do ente público, anda aborrecida e estupefata.

Guido Lang
“Singelas Crônicas das Vivências”

Crédito da imagem: http://revista.zapimoveis.com.br/