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sexta-feira, 7 de junho de 2013

A especial ornamentação e trato


Algumas casas coloniais, no contexto das cercanias das instalações e moradias, ostentam inúmeros exemplares do coqueiro/jerivá. Qual seria a explicação desse cultivo e a manutenção da espécie nas lavouras e pátios? Seria a mera ornamentação?
A sabedoria, através da tradição oral, manteve-se viva na memória comunitária. Os colonos, entre 1868 a 1970 (na região da antiga Colônia Particular de Teutônia), mantinham a palmeira em alta cotação. A importância decorria do fato de ser uma ímpar forragem às carestias e emergências.
As estiagens e geadas, em momentos de extremo rigor, “produziam terra arrasada e seca”. A carência de água terminava com quaisquer verdes nas plantações. A geada, numa única noite, podia queimar o conjunto das vegetações. A brancura e ressecamento espalhavam-se pelos cenários rurais.
O coqueiro, a grosso modo, manteve-se alheio a hecatombe. Este contrastava com os ambientes torrados pelo calor e frio. O verde deste chamava a atenção no conjunto dos horizontes!
O gado, em meio à palha seca de trato, necessitava de algum verde. A flora intestinal exigia algum verde à sobrevivência. Os bichos, sem algum verde, confrontavam-se com acentuadas diarréias e inanições!
A palma, como santa solução, via-se administrada e revelava-se a sobrevivência animal. A justificativa, da difusão da espécie como planta nativa, residia no fato. Um paliativo no compasso de espera por melhores épocas e tempos!
O jerivá, no interior das colônias e roças, manteve-se o único vegetal poupado da destruição geral da floresta. As sementes, à fauna silvestre, mantinham outra extrema importância à sobrevivência. O fato explica a ampla difusão nos inúmeros ambientes!
Valiosos conhecimentos, em função da carência de registros, perdem-se com a história oral. Cada indivíduo, com os anos de vivência, ostenta-se um precioso e valioso livro. Singelas práticas agrícolas, no âmbito geral, fazem especial diferença.

Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Obs.: Relato de Hugo Bergmann de Linha Clara/Teutônia/RS.


Crédito da imagem: http://mage.olx.com.br

O lugar impróprio das caçadas



Um colonial, morador das grotas, mantinha dificuldades de arrumar sua cara metade. Os anos transcorreriam e ele ostentar-se-ia na completa solidão.
Alguma investida, como “caçador de viúvas”, viu-se igualmente frustrada. Amigos e conhecidos, nas esporádicas ocasiões, antecipavam-se nos convites e namoros. A desesperada procura, em vão, mostrou-se uma preocupação e realidade diária!
Um amigo, na venda, comentou a decepção e frustração. O autor, no contexto, manteve-se presente ao comentário. Um forasteiro, passante ocasional, falou da “sobra de muita mulher bonita no meio urbano”.
As cidades, nos muitos e variados bailões, conheciam acentuada presença feminina. Inúmeras senhoras, para um sessentão, mantinham disposição para aventurar-se num namoro e relacionamento íntimo.
O viajante, numa conversa de homens (sem a presença feminina), externou-lhe um conselho: “- Camarada! Tu precisas caçar onde tem caça! Não adiante insistir onde não tem presa! Tu, nos matos das colônias, caças onde carece de oportunidades! O indivíduo, nos açudes e sangas, precisa pescar onde tem peixe! A ausência de cardumes revela-se ilusão e perda de tempo na pescaria!”
A turma, duma dezena de presentes, arregalou os olhos. Uns caíram na generalizada gargalhada! O esdrúxulo comparativo tornou-se um inesquecível e memorável diálogo.
A história certamente ficará guardada e marcada nos anais da memória comunitária. Os maridos, junto às famílias (em especial com suas companhias), comentam os comentários e sucedidos dos armazéns, bares e vendas!
O óbvio igualmente precisa ser explicado. Quê para uns mostra-se deveras simples, para outros ostenta-se tremendamente difícil. As fêmeas, em inúmeras espécies, escolhem sua parceria íntima!

Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”


Crédito da imagem:http://bardeferreirinha.blogspot.com.br